Egan Bernal partiu para 2023 como uma das grandes incógnitas da temporada, o vencedor do Tour em 2019 e do Giro em 2021 sofreu na fase de preparação para 2022 uma queda horrível, que o colocou várias semanas no hospital. É o próprio colombiano que diz que teve muita sorte em sobreviver e que está, simplesmente, feliz por estar vivo, ele que colocou o ciclismo como algo secundário durante vários meses.
Esteve muito tempo “de cama” e teve de ser submetido a várias cirurgias, tanto que quando reapareceu em público o seu rosto estava bem diferente. Voltou à competição no final de 2022 na Volta a Dinamarca, sempre pensando em 2023 quase como o ano 0 da sua nova carreira. Foi uma época de altos e baixos, apareceu a bom nível na Vuelta a San Juan, mas caiu e teve outro contratempo na preparação, parecia em franca subida quando foi 8º no Tour de Romandie e na Volta a Hungria e 12º no Dauphine.
Foi essa uma das razões que levou a Ineos-Grenadiers a convocar o colombiano de 26 anos para a Volta a França, onde foi 36º e mal se viu durante toda a corrida. Ainda foi à Vuelta, finalizou em 55º e foi 7º numa etapa, através de uma fuga. Bernal mostrou-se até acima do esperado na primeira metade do ano e também por isso esteve abaixo do esperado nas Grandes Voltas.
Em entrevista ao “Cyclingnews” diz que ficou mais satisfeito com a Vuelta do que com o Tour, em França sofreu quase todos os dias, enquanto que em Espanha teve mais liberdade para atacar. Refere que continua a acreditar no seu valor e que continua a acordar todos os dias e a pensar que é possível voltar ao seu melhor nível, senão o melhor era retirar-se. Todos nos lembramos do caso de Chris Froome, que após uma grave queda eclipsou-se por completo. No entanto, é preciso recordar que Bernal tem apenas 26 anos, o que dá mais espaço de manobra.
Quer focar-se no Tour of Colombia e nos Nacionais durante os primeiros meses de 2024, para também ver o nível e ganhar confiança. Egan Bernal não sente que haja uma diferença assim tão grande entre ele, Remco Evenepoel, Jonas Vingegaard ou Tadej Pogacar, alguns dos melhores voltistas da actualidade. Não acha que eles tenham algo que ele não tem, apesar de confessar que está curioso para ver se ainda tem capacidade para, quando estiver a 100%, bater-se de igual para igual com eles. O que conseguirá o colombiano fazer em 2024?