Estivemos presentes na apresentação oficial da equipa Efapel e não poderíamos deixar passar a ocasião sem falarmos com o principal líder da equipa de Ruben Pereira para 2020, Joni Brandão.
Camisola Amarela (CA) – Boa tarde, Joni! Mais uma época, agora 2020. O ano passado regressaste à Efapel, depois de teres estado no Sporting/Tavira, conseguindo bons resultados. Tiveste uma temporada muito positiva, ganhando diversas corridas, no entanto, a vitória nas gerais escapou tanto no GP JN como na Volta a Portugal. Esperas que esse “azar” mude este ano?
Joni Brandão (JB) – Não considero azar, considero que ainda não chegou o momento de eu conseguir uma vitória na Volta a Portugal, que é uma das coisas que me falta, mas de resto já tenho algumas vitórias, sendo que 2019 acaba por ser uma excelente época. Se calhar vai ser uma época difícil de voltar a igualar mas vou agora trabalhar mais com o sentido da Volta a Portugal, esta época, e espero conseguir alcançar esse objetivo. Se eu não o conseguir alcançar, espero que um colega meu assim o consiga porque esta equipa já merece vencer uma Volta a Portugal.
CA – A Volta a Portugal é o teu principal objetivo da temporada mas quais são as tuas expectativas e outros objetivos para 2020?
JB – Em todas as competições que acabo por estar presente gosto de estar na discussão delas, nomeadamente os prémios que são mais duros. Quando vou para competição gosto de estar na discussão das corridas e é para isso que treino todos os dias, que é para quando vou competir conseguir estar a um nível de forma aceitável para que consiga ajudar a equipa ou estar na discussão das corridas.
CA – É certo que a Efapel perdeu peças importantes como o Henrique Casimiro. Mesmo assim, com chegada de corredores experientes como António Carvalho, Tiago Machado e Luís Mendonça e mais jovens como Tiago Antunes, acreditas que o reforço da equipa foi bem feito e tens um bom bloco para te apoiar?
JB – Sim, as equipas todos os anos sofrem sempre pequenas alterações. Nós também perdemos alguns atletas do ano passado mas ganhamos também atletas novos. Temos atletas que são bastante possantes, reforçamo-nos para ter uma equipa mais forte do que em 2019, e, na minha opinião, temos uma equipa mais forte que em 2019. Reforçamo-nos para ganhar mas muitas das vezes as coisas acabam por não correrem, por uma coisa ou outra, tão bem, mas vamos estar confiantes que tudo nos vai correr da melhor forma e vamos conseguir cada um de nós atingir os seus objetivos pessoais e objetivos de equipa porque, acima de tudo, temos de pensar nestes. Temos que dar tudo a esta equipa que assim o merece.
CA – Agora falando mais de ti e sobre as tuas possíveis convocatórias para a Seleção Nacional. Não foste muitas vezes selecionado pelo José Poeira, principalmente aquelas provas mais montanhosas e duras, como os Mundiais de Innsbruck, por exemplo. Sentes que podias ter lá estado e ter ajudado de forma positiva a Equipa Portugal nessas competições?
JB – Sim, o sr. José Poeira é que é o selecionador, não sou eu que decido quem vai à seleção ou não. Também acho que do nosso pelotão nacional, para ir fazer um Mundial, tem que ser avisado com tempo, para a seguir à Volta a Portugal continuar a fazer treinos longos e uma preparação adequada para uma prova deste tipo porque um Mundial é uma competição com muitos quilómetros, em que se tem que fazer muitas horas de bicicleta e é preciso treinar para se fazer essa clássica. Também temos atletas importantes lá fora que correm até mais tarde e acaba-se sempre por entender a parte do selecionador.
CA – De um certo modo, o adiamento do Grande Prémio Jornal de Notícias agora mais para o final de temporada também te pode vir a ajudar, de certa maneira, para isto.
JB – Sim, acaba por ser uma mais-valia não só para mim mas assim como para outros atletas que vão estar presentes no Jornal de Notícias, que acaba por ser uma competição que vai adiar mais o fim da nossa época e é bom que também tenham alterado para haver mais competição depois da Volta a Portugal.
CA – Foste campeão nacional muito jovem, depois de já teres estado na Burgos. Achas que foi melhor teres regressado a Portugal ou podias ter continuado no estrangeiro e ter dado o salto para outra equipa?
JB – A minha experiência na Burgos acabou por não ter corrido muito bem, também era jovem ainda. Depois quando regressei a Portugal tive a felicidade de conseguir ser campeão nacional logo nesse ano e acho que o virar da página esteve aí, nessa vitória porque isso fez toda a diferença, enquanto de mim como atleta e com a minha cabeça. Realmente, foi um momento que me marcou e comecei apesar de olhar para o ciclismo de uma maneira, comecei a encarar as coisas de outra maneira e a partir daí consegui sempre ter, todos os anos, estar na disputa de corridas.
CA – Renovaste agora com a Efapel, por mais dois anos, até 2021. Ainda pensas correr no estrangeiro ou, para já, não está na tua cabeça?
JB – Não, eu agora, com 30 anos, já não tenho tanto esse objetivo de correr no estrangeiro, estou bem em Portugal, acho que se calhar o meu tempo já pode ter passado. Não é que seja velho, mas acaba-se, cada vez mais, as equipas terem atletas para fazer a formação deles nas equipas satélite e acabo por estar feliz na Efapel e assim estou feliz, por isso renovei com eles e espero que eles também estejam felizes comigo.
CA – Obrigado Joni Brandão pela disponibilidade para a entrevista! Desejamos uma época cheia de sucesso e muitas felicidades!
Foto: PODIUM/Paulo Maria