Decorreu, no passado domingo, a Gala de Apresentação da Tavfer/Ovos Matinados/Mortágua para a temporada 2024. No Centro de Animação Cultural de Mortágua, foram apresentados os 12 ciclistas e o staff da equipa liderada por Leonor Silva e Xavier Silva, estando também, presentes, os patrocinadores da formação do distrito de Viseu. Outras figuras importantes como o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira, e o presidente da Associação de Ciclismo da Beira Alta, Pedro Martins, também estiveram presentes.
Foi revelado o calendário da equipa, com um total de 76 dias de competição para 2024. Para além de todo o calendário nacional, que se inicia já no próximo domingo com a Prova de Abertura, a Tavfer/Ovos Matinados/Mortágua irá estar presente em Espanha, para participar no Gran Camiño, de 22 a 25 de fevereiro.
A página Camisola Amarela esteve presente e, para além, de ter entrevistado João Matias, também esteve à conversa com o diretor desportivo da equipa Gustavo Veloso.
Camisola Amarela (CA) – Boa tarde, Gustavo! Apresentação da Tavfer/Ovos Matinados/Mortágua para 2024, o teu terceiro ano aqui. Depois de um ano de 2023 excecional, o que esperas para 2024?
Gustavo Veloso (GV) – Espero que seja a continuação do trabalho feito nos últimos 2 anos. A equipa já tem mais experiência e os atletas mais jovens estão mais formados. Há atletas que eram menos experientes e foram ganhando essa experiência e responsabilidade dentro da equipa. Espero que, este ano, possamos ter algum desses atletas a atingir um nível de maturação desportiva e comecem a não ser só um atleta de trabalho mas também eventualmente a assumir a responsabilidade da equipa em determinadas circunstâncias. Acho que seria muito bom para eles e para a equipa.
No final, é colher os frutos que se vão semeando durante todo este tempo e seria um bom sinal porque significaria que o trabalho está a ser bem feito. Trabalhamos com a formação também para isso. Principalmente, quero que a equipa continue a evoluir e a crescer com os pés no chão, devagarinho, mas firmes.
CA – A equipa mantém-se praticamente a mesma. Costuma-se dizer que equipa que ganha não se mexe. Existiram apenas duas entradas, Andrés Taboada para a montanha e César Martingil para o sprint. Foram contratações cirúrgicas?
GV – Sim. O Taboada é uma aposta para a formação, pela juventude que tem. O ano passado esteve como estagiário no GP Jornal de Notícias, gostámos dele e demos a oportunidade. Sempre é melhor dar a alguém conhecido do que a alguém novo. O Martingil já é um atleta consagrado, que vai reforçar a parte das chegadas ao sprint, mas que é bastante polivalente.
O resto da equipa continua a mesma. Se somos o que somos hoje em dia também é pelo trabalho deles. Acho que quando fazes um bom trabalho, não tem sentido mandar alguém embora. Nos últimos dois anos, só dois atletas decidiram mudar de equipa, por opção deles, nós queríamos que continuassem aqui. Entendemos, compreendemos e respeitamos totalmente, sabemos que na vida às vezes são necessárias mudanças para continuar a evoluir ou simplesmente trabalhar de outra maneira.
Acho que isso é um sinal de que o trabalho deles tem o seu fruto e a sua recompensa é nós estarmos contentes com eles. Que seja sempre assim. Se eles ficam, é porque estão contentes com a forma de trabalhar e com as condições que conseguimos dar.
CA – O facto de agora ser um projeto com alguma estabilidade, com contratos de 2 anos para os ciclistas, dá outras garantias aos ciclistas.
GV – Sim, principalmente dá a garantia de trabalhar a longo prazo. De não ter que estar sempre em cima do joelho com aquela pressão de ter que ter resultados para renovações de contratos. Trata-se de lhes dar uma estabilidade a nível desportivo e também a nível económico e laboral, isto não deixa de ser o seu trabalho. Dá estabilidade às suas famílias e, no final, acho que é o que todos perseguimos nas nossas vidas, seja no ciclismo ou fora dele. Penso que vai ser uma mais-valia para todos nós.
CA – Para conclusão, disseste, no teu discurso, que não prometes vitórias porque isso é complicado. Quais são os principais objetivos e sonhos para 2024?
GV – Temos como objetivo continuar com a imagem que temos como equipa. Penso que temos uma imagem muito boa. Temos de ter consciência que levamos ao peito os nossos patrocinadores e somos a imagem deles, por isso é muito importante termos em conta quem nos apoia para cada vez que estamos numa entrevista, em busca de um objetivo, tenhamos sempre presente que somos a imagem deles.
A partir daí, os resultados são o fruto de todo o trabalho que se faz. Claro que vai ser difícil igualar o que se fez na época passada, mas acho que temos de trabalhar com objetivos claros. O objetivo deste ano é continuar a discutir as chegadas ao sprint que houver. Temos os dois melhores sprinters que há em Portugal e quase que podemos dizer os três melhores. É uma equipa focada para o sprint, temos que aproveitar todas as oportunidades para tentar conseguir uma vitória.
Há outros atletas na equipa que terão o seu momento, a sua oportunidade. Nessas etapas mais duras, os próprios sprinters trabalharão para os trepadores, como já aconteceu no passado. No final, trata-se de tentar e lutar. Quando nos vencem por serem os melhores há que dar os parabéns. O que não quero é facilitar o trabalho aos outros para que nos vençam. Temos de dar o nosso melhor e é isso que vamos tentar!
A página Camisola Amarela agradece a disponibilidade de Gustavo Veloso e da equipa Tavfer/Ovos Matinados/Mortágua pela entrevista concedida.