Raramente a expressão “The writing on was the wall” encaixou tão bem. Já aqui falámos por diversas vezes na complicada situação de Sam Bennett, mesmo sendo eleito o melhor sprinter do ano. Na verdade a situação era complicada, mas fácil de entender, Bennett queria sair, a Quick-Step queria contar com ele, mas a Bora-Hansgrohe estava a impedir o processo.
Hoje em comunicado a equipa alemã tornou oficial a saída do irlandês que este ano somou 13 triunfos. A Bora-Hansgrohe diz tudo com estas 2 frases: “Nos últimos 6 anos a Bora-Hansgrohe desenvolveu Sam Bennett num dos melhores sprinters do pelotão. Tendo em conta isto tornou-se cada vez mais complicado conciliar os objectivos da equipa e do ciclista.” Ou seja, a Bora-Hansgrohe tornou-se pequena demais para Sam Bennett, pensando que a equipa tem Peter Sagan e Pascal Ackermann com objectivos sobrepostos.
Uma rescisão amigável a colocar o fim a uma relação que nos últimos tempos não era nada amigável. O caminho de Bennett na Bora-Hansgrohe faz um pouco lembrar o de Dylan Groenewegen na Jumbo-Visma, a equipa pegou num miúdo de 23 anos com potencial, que tinha 1 vitória na carreira quando chegou e levou-o ao topo. Agora tem 42 triunfos, ou seja, Bennett somou 41 triunfos e 6 épocas na Bora.
O destino, mais que certo, é a Deceuninck-Quick Step. Patrick Lefevere estava somente à espera que Bennett se libertasse do contrato e já terá mesmo um pré-acordo com o irlandês. Na equipa belga será o sprinter mais conceituado, Fabio Jakobsen e Alvaro Hodeg não têm ainda o estatuto do corredor de 29 anos, que pode eventualmente ter algumas clássicas belgas como objectivo tendo em conta que ultrapassa bem a média montanha. O mais provável é que leve Shane Archbold com ele, o seu fiel lançador, também porque a Quick-Step tem espaço para ambos, neste momento conta com 25 ciclistas no plantel.