As oportunidades de ganhar uma etapa já escasseiam nesta Volta a França e por isso mesmo hoje a jornada muito extremamente rápida e animada, feita a grande ritmo do início ao fim. Antes de irmos às peripécias é importante informar que hoje houve uma autêntica debandada dos sprinters, com Fernando Gaviria, Sam Bennett e Phil Bauhaus todos a abandonar a competição. Logo nos primeiros quilómetros o vento estava propício aos cortes no pelotão, por isso mesmo houve muito nervosismo e a Visma tentou fazer estragos e isolar Pogacar.
Depois a corrida mudou um pouco a orientação e a partir daí houve uma procura incessante pela fuga, primeiro Wout van Aert e Tobias Johannessen chegaram a estar isolados na frente, finalmente se destacou um quarteto composto por Tiesj Benoot, Magnus Cort, Bob Jungels e Romain Gregoire. Os 4 foram trabalhando muito bem juntos, mas mesmo assim não conseguiram uma grande vantagem, isto porque a velocidade extremamente elevada dividiu o pelotão em 2 e Adam Yates chegou mesmo a estar nesse segundo grupo, onde o trabalho da EF foi muito importante para voltar a haver junção.
Como quem não quer a coisa já só faltavam 70 quilómetros e a fuga só tinha 1 minuto para o grupo principal que, passado 10 quilómetros viria, finalmente, a dar tréguas. Praticamente um pelotão em fuga, com 48 ciclistas a tentarem juntar-se aos 4 que estavam destacados, sendo que entre eles estavam Wout Van Aert, Pavel Sivakov, Marc Soler, Laurens de Plus, Geraint Thomas, Matej Mohoric, Wout Poels, David Gaudu, Valentin Madouas, Richard Carapaz, Guillaume Martin, Enric Mas, Kevin Vauquelin, Romain Bardet e Warren Barguil. Diferença a rondar 1:30 até ao sopé do Col Bayard, onde Martin e Madouas se conseguiram destacar do grupo perseguidor, ficando intermédios entre a frente de corrida e a restante fuga.
O Col du Noyer aparecia a 19 quilómetros do fim e, nas primeiras rampas, Martin e Madouas juntavam-se à frente de corrida. As diferenças eram curtas e, do grupo perseguidor, Simon Yates fez a ponte que nem uma flecha. O britânico nem descansou, passando direto pelos seus rivais e formando a nova frente de corrida. A meio da subida, Carapaz juntava-se a Yates, só que numa etapa com tanta reviravolta, a situação de corrida voltava a mudar. Carapaz atacava, Yates não conseguia seguir e passava no topo com 13 segundos de atraso para a frente. Esta foi uma diferença que aumentou na descida e na subida final, a vitória estava entregue. Depois de muito tentar, Carapaz conseguia, finalmente, vencer a etapa que tanto procurava no Tour, conquistando a triologia nas Grandes Voltas. Yates foi 2º a 37 segundos e Mas completou o pódio, a 57.
Entre os favoritos, e quando nada o fazia prever, Tadej Pogacar atacou no Col du Noyer . Ritmo brutal do camisola amarela que fez descolar tudo e todos, com Vingegaard a ter uma quebra importante. Apesar de tudo, na descida Evenepoel e Vingegaard (com a ajuda de Laporte) conseguiam juntar-se a Pogacar. Na última subida, foi a vez de Evenepoel testar os rivais e este sim conseguiu ganhar tempo a todos, mais precisamente 10 segundos a Pogacar e 12 a Vingegaard. 2 minutos e 13 segundos depois de Evenepoel chegavam todos os restantes ciclistas do top-10, incluindo João Almeida. Na geral, Pogacar tem 3:11 para Vingegaard, 5:09 para Evenepoel e João Almeida é 4º a 12:57.