Ontem na antevisão falámos de uma armadilha de média montanha e a jornada de hoje não desiludiu, antes da chegada aos Alpes. Já sem Giacomo Nizzolo e Cees Bol no elenco de participantes, o pelotão começou novamente a tirada a todo o gás, andando a mais de 45km/h no terreno tortuoso transalpino na primeira hora. Quando a poeira assentou um pouco finalmente se formou uma fuga com Nans Peters, Oscar Riesebeek, Joe Dombrowski, Filippo Zana, Ben Zwiehoff, Diego Camargo, Diego Rosa, Ignatas Konovalovas, Sylvain Moniquet, Ivan Sosa, James Knox e Alessandro Covi.

Este grupo não tinha grandes perigos para a geral e rapidamente ganhou 3 minutos de vantagem, parecia que iam discutir a vitória até que a Bora-Hansgrohe pegou a sério na corrida no pelotão, eliminou praticamente a totalidade da desvantagem em 20 quilómetros e fez cortes muito sérios no pelotão na descida que levava à primeira passagem pela meta. João Almeida ficou num segundo grupo, Formolo e Covi deram tudo para tentar fazer a ponte, ma o ciclista português ficou a escassos metros de conseguir reentrar na subida seguinte, enquanto era Wilco Kelderman que impunha o ritmo na frente.




Pior ainda estava Alejandro Valverde, apoiado por apenas 2 colegas de equipa que não duraram muito tempo, rapidamente se viu a perder 1:30 e a hipotecar as suas chances de top 10. Após alguns quilómetros de sofrimento (para ele e para nós espectadores) João Almeida livrou-se de Guillaume Martin e conseguiu chegar à frente da corrida, a um restrito grupo composto por Kelderman, Hindley, Buchmann, Carapaz, Landa, Bilbao, Pozzovivo, Hirt, Nibali, Lopez e Yates.

Kelderman continuou a trabalhar na frente e as diferenças entre grupos alargaram, 2:40 para o grupo de Guillaume Martin e 4 minutos para o de Valverde e Hugh Carthy. Assim que houve a entrada na última subida de Superga o trabalho de Kelderman acabou e Jai Hindley atacou, apenas Lopez, Nibali e Carapaz tiveram capacidade para seguir o australiano numa fase inicial. Só que João Almeida ainda tinha energias para rebocar o grupo perseguidor até à frente e ainda deixar para trás Juan Pedro Lopez

A 1 kms do topo Richard Carapaz desferiu um demolidor ataque que ninguém conseguiu marcar e ganhou uma vantagem importante, de 20 segundos no cume. O ciclista da Ineos-Grenadiers entrou na última subida com essa vantagem e viu um incrível Jai Hindley e um surpreendente Vincenzo Nibali chegarem-se a ele mesmo no topo, tendo também a companhia de Simon Yates na descida. Hindley, Nibali e Carapaz foram trabalhando para distanciar João Almeida e Pozzovivo, que vinham a 20 segundos.




Na última inclinação do dia Simon Yates aproveitou toda a energia que foi reservando para desferir um forte ataque que distanciou os restantes, com João Almeida em grandes dificuldades para seguir Pozzovivo na descida. Foi impossível alcançar o britânico, que desta forma ganhou a 14ª etapa, numa tirada em que esteve na frente desde a primeira fuga. Hindley foi 2º e bonificou 6 segundos, com Carapaz a bonificar 4 segundos do 3º lugar. João Almeida foi 6º na etapa, perdeu 24 segundos para os rivais mais próximos e está agora em 3º da geral a 30 segundos de Carapaz.

By admin