Dia de todas as decisões na Bélgica, com a atribuição da última camisola do arco-íris! Início relativamente lento, onde se viu a tradicional fuga formar-se com ciclistas de nações menos importantes e sem muitas aspirações no final do dia. Rory Townsend, Kim Magnunsson, Pavel Kochetkov, Jambaljamts Sainbayar, José Hernandez, Joel Burbano, Patrick Gamper e Oskar Nisu tiveram o seu destaque nas primeiras horas de corrida, permanecendo na frente mais de metade da prova.



Bem cedo na corrida, na primeira passagem pelo circuito de Flandres, começaram as movimentações mais sérias. Remco Evenepoel, Magnus Cort e Benoit Cosnefroy mexiam primeiro, num grupo que viria a crescer e aos quais se juntavam mais 12 ciclistas, entre os quais Kasper Asgreen, Arnaud Demare, Primoz Roglic e Tim Declercq.

Sem ninguém na frente, a Itália viu-se obrigada a perseguir, conseguindo, a algum custo, anular a fuga a 134 quilómetros do fim. No meio de tudo isto, a primeira fuga do dia durou na frente mais um par de quilómetros, sendo apanhada logo de seguida.

O pelotão regressou ao circuito de Leuven e foi só na volta final que se viram ataques mais sério, novamente com Remco Evenepoel entre os ciclistas ativos. Estavam, agora, 11 ciclistas na frente, entre os quais o belga, Dylan van Baarle, Valentin Madouas, Andrea Bagioli e Jan Tratnik. A vantagem chegou a ser de quase um minuto mas o regresso ao circuito da Flandres fez reduzir a diferença entre a fuga e o pelotão que, a 65 quilómetros do fim, estava já muito reduzido, com pouco mais de 60 corredores.



Foi na subida de Bekestraat que a corrida voltou a movimentar-se. Julian Alaphilippe mostrava-se pela primeira vez, com Wout van Aert, Jasper Stuyven e Sonny Colbrelli a seguirem o francês. Matej Mohoric, Mathieu van der Poel, Giacomo Nizzolo, Thomas Pidcock, Michael Valgren e Zdenek Stybar conseguiram fazer a ponte para o grupo de Alaphilippe que, logo de seguida, chegava à frente de corrida, ao grupo de Remco Evenepoel, que iniciava o seu trabalho em prol de Van Aert.

A corrida continuou louca e a última subida do percurso viu Alaphilippe voltar à carga, desta vez só com Colbrelli a responder. Este ataque foi rapidamente fechado pela Bélgica. Com 17 ciclistas na frente, e com Bélgica, Itália e França com 3 representantes na frente, o grupo foi ganhando bastante vantagem e entrou, pela última vez, no circuito de Leuven, para os derradeiros 30 quilómetros, já com 1:45 de vantagem para o grupo perseguidor, onde estava Portugal com Nelson Oliveira, Rui Oliveira e João Almeida.



Julian Alaphilippe voltou à carga por mais um par de vezes e foi já no Sint-Antoniusberg, a última subida antes da penúltima passagem pela meta, que o gaulês conseguiu quebrar a resistência. Alaphilippe entrava com 12 segundos de vantagem para Van Baarle, Stuyven, Powless e Valgren e 25 para o grupo perseguidor. O francês continuava com uma pedalava vigorosa e o espaço para os grupos perseguidores continuavam a aumentar.

Sem quebras, Julian Alaphilippe pedalou para uma vitória impressionante. O último quilómetro foi incrível, festejando com o público e cruzando a linha da meta de braços abertos, festejando o 2º título mundial consecutivo. A 32 segundos, Van Baarle bateu os seus companheiros de fuga para conquistar a medalha de prata, à frente de Valgren. Stuyven foi 4º, deixando a Bélgica sem medalhas.



A 1:18 e a lutar apenas pelo 8º lugar chegou o grupo de Van der Poel, Van Aert e Colbrelli, com o neerlandês a ganhar esse sprint. O título mundial de Julian Alaphilippe, o 2º consecutivo, faz com que o francês seja o 7º ciclista da história a revalidar a camisola do arco-íris. Rui Oliveira foi o melhor português em 39º, a 6:27. João Almeida foi 47º a 6:31 e Nelson Oliveira55º a 6:40. André Carvalho e Rafael Reis não terminaram a prova.

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