Tempo para a maratona da temporada e das últimas décadas, com a 111ª edição da Milano-Sanremo, uma prova com 305 quilómetros. Os primeiros quilómetros viram a maioria das equipas convidadas representarem-se na frente, numa fuga quase toda ela italiana. Aos transalpinos Fabio Mazzucco, Mattia Bais, Damiano Cima, Alessandro Tonelli, Manuele Boaro e Marco Frapporti juntava-se o espanhol Hector Carretero.
Com uma longa jornada pela frente, o pelotão comandado pelas equipas da Lotto-Soudal, Jumbo-Visma, UAE Team Emirates e Groupama-FDJ deu 6 minutos com vantagem máxima à escapada. Numa corrida calma até à chegada à Cipressa, destaque para o abandono de Matteo Trentin, devido a queda a 87 quilómetros da chegada e para o fim da fuga a 35 quilómetros do fim.
O nervosismo era muito com a chegada da primeira das duas decisivas subidas e mal se iniciou a Cipressa começaram os ataques. Loic Vliegen e Jacopo Mosca primeiro, seguidos de Giulio Ciccone e Tadej Pogacar. Com o ritmo a aumentar consideravelmente, os sprinters começavam a ceder: Caleb Ewan foi o primeiro, seguido de Fernando Gaviria.
O topo da Cipressa foi passado já sem fuga na frente mas com um pelotão já sem alguns elementos, devido ao ritmo infernal a que foi feita a subida. Na descida, Daniel Oss arriscou muito, ganhando alguma vantagem para o pelotão. O italiano durou na frente até aos 10 quilómetros finais, praticamente à entrada do Poggio.
Gianni Moscon abriu as hostilidades no Poggio, com resposta de Zdenek Stybar e Giulio Ciccone, num ataque sem efeito. Gianluca Brambilla foi o homem seguinte com Aimé de Gendt antes da movimentação que decidiu tudo. Vincenzo Nibali acendeu o rastilho para um fortíssimo ataque de Julian Alaphilippe ao qual apenas Wout van Aert respondeu.
O belga cedeu alguns metros no final da subida mas na rápida descida até Sanremo fez a junção com o ciclista da Deceuninck-QuickStep, juntando, depois, esforços até ao quilómetro final, onde Alaphilippe não mais passou pela frente. Wout van Aert continua a impor o ritmo pois o pelotão aproximava-se rapidamente e, mesmo com tudo isto, e arrancando na frente para o sprint conseguiu, com uma ponta final impressionante, derrotar Julian Alaphilippe para conquistar o 1º Monumento da carreira. Michael Matthews foi o primeiro do grupo perseguidor, terminando em 3º, à frente de Peter Sagan, novamente 4º.