O espanhol Juan José Lobato passou por momentos muito complicados e o festejo depois de ganhar a Coppa Sabatini, esta tarde, foi símbolo disso mesmo. Um dedo indicador à frente do nariz, dizendo aos seus críticos que agora podem estar calados, um triunfo de raiva e da vontade de voltar ao topo, após mais de 1 ano sem festejar. Lobato esteve num calvário, saiu pela porta pequena do World Tour quando a Team LottoNL-Jumbo o despediu depois de um caso que envolveu comprimidos para dormir durante um estágio da equipa.
O ciclista espanhol assinou dia 21 de Fevereiro com a Nippo-Vini Fantini, que lhe deu uma segunda oportunidade no ciclismo, e até hoje, não tinha nenhuma vitória em 2018, não tinha inclusivamente nenhum pódio. No entanto, os sinais eram positivos, o 5º posto na Brussels Cycling Classic e o 4º lugar na Coppa Bernocchi eram bons indicadores da condição física de Lobato, que foi confirmada hoje.
A Coppa Sabatini não fugiu ao habitual, mais uma clássica italiana feita em circuito, com uma fuga longa, alguns ataques tardios e um sprint com um grupo ainda grande, um sprint em que o quilómetro final tinha 7% de inclinação média. Sonny Colbrelli e Andrea Pasqualon, vencedores das últimas 2 edições eram os grandes candidatos, mas havia muito ciclistas com fome de vitória.
O jovem Vincenzo Albanese entrou na última sequência de curvas na frente, mas a bicicleta fugiu-lhe debaixo do corpo. Houve alguma hesitação e Juan José Lobato aproveitou para arrancar, bem de longe. A Bahrain-Merida tentou fechar o espaço, só que Giovanni Visconti não teve capacidade para tal. A 200 metros do final arrancou Sonny Colbrelli, mas seria tarde demais, apesar de uma aproximação que ainda assustou. Gianni Moscon foi 3º, confirmando o grande momento de forma, que o pode promover a líder na selecção italiana para os Mundiais de Innsbruck.
Em prova também estiveram presentes os dois ciclistas portugueses da Caja Rural Seguros RGA, Rafael Reis terminou em 61º e Joaquim Silva foi 109º.