Num período de 24 horas a União Ciclista Internacional publicou não só os rankings finais de 2019 como as equipas elegíveis à licença World Tour para o período 2020-2022, dois aspectos fundamentais para percebermos toda a orgânica para 2020 e para as equipas poderem começar a desenhar os seus calendários.

É verdade que esta lista não é final, mas resulta de um primeiro crivo da UCI que raramente é contrariado, a própria Cofidis já festejou a subida ao escalão máximo do ciclismo mundial, em Dezembro será anunciada a decisão final da Comissão de Licenças, sendo apenas uma mera formalidade. A Cofidis ganhou a aposta, uma equipa que aparece reforçada para 2020 com Elia Viviani (juntamente com Attilio Viviani, Fabio Sabatini e Simone Consonnni) e ainda por corredores como Guillaume Martin ou Nathan Haas. Já com 27 elementos confirmados no plantel ainda surgirá pelo menos mais um anúncio hoje pelas 14h.




No entanto havia 20 candidaturas a licença do World Tour, a 20ª candidatura foi recusada. Essa candidatura era da Arkea-Samsic de Nairo Quintana, Nacer Bouhanni e Warren Barguil, apesar dos muitos reforços que redundam num elenco de 28 corredores a UCI deixou a formação francesa de fora e agora terá mais limitações no calendário. Sendo assim teremos um total de 19 equipas World Tour para 2020, o que afecta a distribuição de convites por parte dos organizadores. Pelas nossas contas a UCI aceitou a candidatura da Dimension Data (Team NTT em 2020) por muito pouco já que a formação sul-africana tem tido resultados muito maus no ranking a UCI

Tentando simplificar, nas Grandes Voltas irão alinhar 22 equipas (19 World Tour, a 1ª PCT classificada no World Ranking 2019 caso ela queira, e 2 convidadas pela organização) e nas restantes provas UCI poderá haver 25 equipas (19 World Tour, as 2 primeiras PCT classificadas do World Ranking 2019 caso elas queiram e 4 convidadas pela organização).

Basicamente o World Tour vai ter 20 equipas em 2020, as 19 World Tour oficiais, mais a melhor Profissional Continental de 2019, que tem acesso a todas as provas World Tour com o benefício de poder recusar ir às provas a que não está interessada. Essa equipa, que ganhou este prémio tremendo, é a Total Direct Energie, de Niki Terpstra, Niccolo Bonifazio e Lilian Calmejane. A equipa francesa terminou o ano com 5152,67 pontos contra 5086 pontos da Wanty – Groupe Gobert, 4898 da Corendon-Circus e 4849,2 pontos da Israel Cycling Academy.




Uma corrida extremamente apertada, que se decidiu no último momento, e que caiu para a Direct Energie por detalhes. Para este ranking contam os 10 ciclistas com mais pontos no ranking individual de cada equipa. Esta diferença de 66 pontos entre Wanty e Direct Energie é mínimo, bastava que Guillaume Martin tivesse feito top 10 no Tour of Guangxi ou que o resultado da Omloop Meulebeke, de 31 de Agosto tivesse sido ao contrário, recordando que Niccoló Bonifazio da Direct Energie ganhou essa prova centímetros à frente de Timothy Dupont, da Wanty.

Estes 2 triunfos da Bonifazio, na Omloop Meulebeke e no Grote Prijs Jef Scherens foram decisivos, bem como o final de época positivo de Niki Terpstra a fazer esquecer um pouco a péssima temporada de clássicas que teve. Ainda assim o corredor que mais pontos somou para a equipa francesa não foi Terpstra, não foi Calmejane, nem Bonifazio, foi sim Anthony Turgis, com quase 20% do total de pontos! Já na Wanty foram os incontornáveis Guillaume Martin e Timothy Dupont na fila da frente, era de esperar melhor por parte dos talentosos Odd Christian Eiking e Loic Vliegen.




Nisto tudo a maior desilusão foi a Israel Cycling Academy, que partiu para 2019 claramente a pensar na vitória neste Ranking, faltaram segundas linhas para apoiar Ben Hermans e Tom van Asbroeck. No entanto a Israel Cycling Academy passa na mesma ao World Tour, virtude da aquisição da licença da Katusha-Alpecin. A grande surpresa foi a Corendon-Circus, que graças aos resultados de Mathieu van der Poel e dos seus classicómanos neste final de época ia conseguindo fazer uma gracinha, ficaram a menos de 200 pontos da qualificação automática para todas as clássicas. Ainda assim com Mathieu van der Poel no plantel devem ser convidados para as principais provas de 1 dia.



 

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