Foi um curto pelotão de 132 ciclistas que alinhou à partida da 15ª etapa do Giro 2023, a última da “segunda semana”, e com praticamente 4000 metros de acumulado esperava-se muita dureza, também pelo desgaste já acumulado. Tal como nos dias anteriores formou-se uma fuga bastante forte logo nos primeiros quilómetros, hoje com a presença de Ben Healy, Vincenzo Albanese, Jose Joaquin Rojas, Davide Ballerini, Simone Velasco, Andrea Pasqualon, Francois Bidard, Francesco Gavazzi, Niccolo Bonifazio, Laurens Huys, Sebastian Berwick, Marco Frigo, Alberto Dainese, Brandon McNulty e Bauke Mollema. Estes 15 ciclistas viriam a ter a companhia de Einer Rubio e Martin Marcellusi, formando então esta escapada de 17 elementos.
Einer Rubio era o elemento mais próximo na classificação geral, estava a 11 minutos, então a Groupama-FDJ, que queria manter a camisola rosa de Bruno Armirail, conservou a diferença durante algum tempo a rondar os 6 minutos. O colombiano da Movistar também tinha o objectivo dos pontos da montanha, com Ben Healy como o principal rival e ambos foram lutando pelas primeiras contagens de montanha.
No vale entra as duas subidas finais, Niccolo Bonifazio lançou-se ao ataque, chegou a ter 1 minuto de vantagem mas mal se entrou na subida começou a ver a vantagem desaparecer. O italiano foi passado por um ataque de Marco Frigo que, pouco depois tinha a companhia de McNulty. Sabendo do perigo, Healy foi ao seu ritmo e, a 36 quilómetros do fim, estavam 3 na frente. Frigo cedia pouco depois, McNulty atacava passados 2 quilómetros só que Healy no contra-ataque deixava o norte-americano para trás. Healy abriu 15 segundos de vantagem, só que McNulty soube gerir e, na descida, voltava-se a chegar à frente de corrida. No pelotão, a subida de Roncola Alta foi feita a ritmo, sem ataques.
O entendimento na frente não era o melhor e Frigo, que esteve a mais de meio minuto, conseguiu chegar à frente à falta de 11 quilómetros. Os ciclistas continuaram a entreolhar-se, todos eles atacaram mas o trio entrou juntou na subida final, onde Healy foi o único a atacar, a 3400 metros do fim. O irlandês tentou, tentou e tentou mas McNulty não cedeu, ao contrário de Frigo.
Frigo ainda tinha mais vidas, conseguiu recuperar, encostou a 500 metros e passou direto. O italiano abriu espaço, McNulty obrigou Healy a fechar o espaço, desgastar-se e, no momento certo o norte-americano apssou para a frente e sprintou para a vitória, a primeira da carreira em Grandes Voltas. Healy foi 2º e Frigo 3º.
Passando para os favoritos, a luta ficou toda guardada para a última subida, a Jumbo-Visma entrou a todo o gás na frente. Os ataques ficaram guardados para a parte final, com João Almeida a ser o ciclista mais ofensivo. O campeão nacional teve resposta pronta de Primoz Roglic, nenhum nome importante cedeu e todos chegaram juntos à meta.
Bruno Armirail perdeu 35 segundos mas mantém a maglia rosa ainda com mais de 1 minuto de vantagem para Geraint Thomas.