São 3579,8 quilómetros aqueles que os ciclistas vão cumprir desde Budapeste até Milão em 21 dias de competição. O Giro 2020 foi apresentado hoje e a RCS Sport decidiu manter a identidade de uma prova que tem oferecido espectáculos memoráveis nos últimos anos. A Vuelta seguiu um caminho de etapas curtas e “muritos”, o Tour tem tentado vários aspectos novas, inovações como partidas “à Formula 1” e jornadas ridiculamente curtas assumindo que a distância é um obstáculo ao espectáculo.




A média de quilometragem do Giro 2020 engana e muito, 170,5 kms não corresponde à realidade da prova por 1 razão. São 3 os contra-relógios, o primeiro a abrir o Giro em Budapeste, com 8,5 kms e o último a fechar o Giro em Milão, com 16,5 kms. Pelo meio a etapa 14 será também um esforço individual, com 33,7 kms entre Conegliano e Valdobbiadene.

Em contraste haverá um total de 10 (sim, 10!!!!) jornadas com 200 kms ou mais. 5 delas estão colocadas de forma consecutiva entre as tiradas 16 e 20, sendo que 4 delas são de alta montanha. Será uma primeira semana relativamente calma, onde o Etna logo à 5ª etapa dará para fazer as primeiras diferenças. A fase intermédia do Giro terá algumas ligações perigosas, primeiro porque são efectuadas junto ao mar e segundo por tem aquelas jornadas de média montanha capaz de romper pernas, um pouco à imagem do Tirreno-Adriatico.




A fase final do Giro é marcada pela alta montanha, incluindo algumas com mais de 5000 (!!!) metros de desnível acumulado. Nas últimas 4 jornadas em linha há um total de 3 chegadas em alto, primeiro Madonna di Campiglio, depois Laghi di Cancano e ao penúltimo dia Sestriere, sempre com muitas subidas longas pelo meio.

Aparentemente este é um traçado épico, os 3 contra-relógios abrem espaço para ciclistas como Tom Dumoulin ou Primoz Roglic (caso estejam à partida) ganhar tempo face à concorrência, mas também teoricamente terão mais dificuldades nas etapas com muito acumulado, capazes de fazer muitos minutos de diferença entre os favoritos. Outro aspecto positivo é o facto de haver corrida até ao última dia, não vai haver a habitual etapa de consagração em Milão.

Mas outra grande novidade é a estreia de Peter Sagan na Volta a Itália, o 3 vezes campeão do Mundo vai aproveitar uma oportunidade que pode não voltar a aparecer. É que Budapeste está muito próximo da Eslováquia e a cerca de 200 kms da cidade Natal de Sagan. Para além disso pode juntar ao seu currículo vitórias de etapa nas 3 Grandes Voltas, algo que é perfeitamente possível. Peter Sagan vai apostar também no Tour em 2020, procurando outro triunfo na camisola verde.


By admin