A temporada de 2022 já terminou para quase todo o pelotão internacional e 2023 é já ao virar da esquina! A RCS Sport não perdeu tempo e, na tarde de hoje, revelou o percurso do Giro d’Itália da próxima temporada. Uma prova quase toda ela disputada em solo transalpino (existe uma pequena incursão na Suíça) e que se disputa entre 6 e 28 de Maio.

Fossacesia Marina, na região de Abruzzo, dá o tiro de partida do Giro, num primeiro dia que será de esforço individual no total de 18,4 quilómetros. Se o primeiro contra-relógio já faria diferenças, a chegada em Ortona é em subida, logo mais diferenças serão feitas. San Salvo será o término do segundo dia, uma maratona com mais de 200 quilómetros e que deverá ver a primeira batalha dos sprinters.



O dia seguinte traz nova maratona de 210 quilómetros, com um final mais duro que irá afastar alguns homens rápidos da luta. A primeira etapa de média montanha surge ao 4º dia, com a chegada a Lago Laceno, uma jornada que tem o Colle Molella (8 kms a 7%) que termina a 5 quilómetros do fim. A 5ª etapa deverá voltar a cair para os sprinters, apesar do início mais ondulante. Nápoles voltará a ter a visita do Giro, um dia de sobe e desce, com um miolo bastante complicado, que será certamente uma etapa perfeita para a fuga.

A primeira chegada em alto acontece em Campo Imperatore, uma subida com mais de 26 quilómetros mas que tem várias fases de descanso e apenas no seu final tem rampas mais inclinadas, isto já acima dos 2000 metros de altitude. O fim-de-semana abre com uma clássica etapa do Giro, dia com 2500 metros de desnível acumulado positivo e com uns 50 quilómetros finais muito complicados, perfeitos para ataques. A longa primeira semana termina com mais um contra-relógio individual, este totalmente plano, com 30 700 metros de extensão.

A segunda semana abre com três etapas de média montanha, com chegadas a Viareggio, Tortona e Rivoli. Com dificuldades durante todo o percurso, tanto podemos ver os sprinters a terem o seu sucesso, como a fuga a vencer ou os puncheurs a destacarem-se. Segue-se a primeira grande etapa de montanha do Giro, numa incursão na Suíça. 3 contagens de montanha, 5100 metros de desnível acumulado positivo, incluindo a Cima Coppi, com final em Crans-Montana (14 kms a 7%).



O regresso da Itália deve levar a nova chegada ao sprint em Cassano Magnago, isto depois de uma longa contagem de montanha na parte inicial. A segunda semana termina com mais um dia bastante “torto”, a chegada a Bergamo deverá proporcionar espetáculo, é daquelas etapas que podem ser armadilhadas de longe, numa espécie de Giro di Lombardia.

A derradeira semana de prova abre com uma super etapa de montanha! 5 contagens de montanha, 5200 metros de desnível acumulado positivo, e chegada ao Monte Bodone (22,5 kms a 6,4%). Um dia totalmente plano com final em Caorle antecede os 3 grandes dias de decisão deste Giro 2023, nos Dolomitas! Val di Zoldo e Tre Cime di Lavaredo são as duas chegadas em alto que se seguem, em dias com 3700 e 5400 metros de desnível acumulado positivo. A primeira tem as subidas de Crosetta, Pieve d’Alpago, Passo Cibiana e Zoldo (9 kms a 7%). A segunda pode ser considerada a etapa rainha do Giro, com Passo Campolongo, Passo Valparola, Passo Giau, Passo Tre Croci e Tre Cime di Lavaredo! Dia brutal à espera dos ciclistas.



Mas desenganem-se que já está tudo decidido, uma vez que a organização do Giro colocou no último sábado de competição mais um contra-relógio, este em estilo crono-escalada! 11 quilómetros planos antecedem o Monte Lussari (7,2 kms a 12%). A consagração do vencedor da Volta a Itália 2023 acontecerá em Roma, na derradeira oportunidade para os sprinters.

Foto: @ammattipyoraily

Globalmente, este é um bom percurso para a primeira Grande Volta do ano. 70 quilómetros de contra-relógio, 50 dos quais acontecem antes do início das montanhas, o que faz com que os trepadores sejam obrigados a mexer na corrida a partir da segunda semana. Há etapas bastante duras, as chegadas em alto são antecedidas de muita montanha e as etapas de média montanha não desiludem, talvez só falta um pouco mais de extensão.



Este é um Giro que suspira por … Remco Evenepoel! É notório que a RCS Sport está a piscar o olho ao campeão do Mundo, e o jovem belga também já tinha dado a entender que a prova transalpina era aquela que estava mais inclinado a realizar em 2023. Veremos que outros grandes nomes estarão presentes, uma vez que, em teoria, este é um bom percurso para nomes como Primoz Roglic e Tadej Pogacar. Este é, também, um percurso muito bom para as características de João Almeida.

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