A derradeira etapa da segunda semana do Giro d’Itália voltou a ter um guião muito parecido aos dos últimos dias quando diz respeito aos quilómetros iniciais. Ritmo de loucos, com ataques e contra-ataques, uma luta intensa pela presença na fuga do dia. Richard Carapaz e Simon Yates foram ao chão nos primeiros quilómetros, mas sem consequências de maior.
Lennard Kamna tentou por várias vezes, foi um dos ciclistas mais combativo, estando em várias tentativas de fugas mas o alemão nunca conseguiu o seu sucesso. Com praticamente 80 quilómetros percorridos é que se formou a fuga, um grupo muito numeroso, onde se destacava a presença de Koen Bouwman, Mathieu van der Poel, Giulio Ciccone, Bauke Mollema, Rui Costa, Davide Formolo, Hugh Carthy, Ivan Sosa, Thymen Arensman, David de la Cruz e Santiago Buitrago. Sem nenhum perigo para a geral, a INEOS Grenadiers deixou a escapada ganhar uma vantagem.
A escapada manteve-se unida até aos quilómetros finais da subida de Les Fleurs, onde Bouwman atacou em busca dos pontos da montanha. A missão foi cumprida com sucesso, o neerlandês ganhou cerca de um minuto e, na descida, recebeu a companhia dos compatriotas Martijn Tusveld e Mathieu van der Poel. Em Verrogne, o grupo perseguidor sentiu que a diferença era grande, e depois de Kudus ter feito a primeira seleção, surgiu o ataque de Ciccone.
O italiano foi com Buitrago e Antonio Pedrero e, rapidamente, chegaram e ultrapassaram Bouwman, Tusveld e Van der Poel. Até ao topo da subida, Hugh Carthy fez a junção com a frente, depois de uma recuperação impressionante. Na descida, Tusveld e Rui Costa também conseguiram fazer a ponte com o grupo da frente. No pelotão, pouco ou nada se passou, com exceção para um ataque de Guillaume Martin e para um momentâneo aumentar de ritmo da UAE Team Emirates.
A última subida do dia iniciou-se com o sexteto na frente com 5:35 de vantagem para o pelotão. Foi logo nas primeiras rampas de Ciccone decidiu atacar, com resposta de Carthy e Buitrago. O ciclista da Trek-Segafredo estava endiabrado e continuou ao ataque até conseguir soltar os seus dois rivais da roda. A 19 quilómetros do fim, Ciccone já seguia isolado.
Sempre com um ritmo muito regular, o italiano foi abrindo a sua vantagem para os seus perseguidores até à meta em Cogne, terminando com de 1:31 avanço para Buitrago e 2:19 para Santiago Buitrago. Terceira vitória da carreira de Ciccone no Giro, depois de 2016 e 2019. Entre os favoritos, Guillaume Martin chegou com 1:42 de vantagem para os restantes, num dia onde ninguém decidiu arriscar. Richard Carapaz segue de rosa e João Almeida continua em 3º.