A formação de Marc Madiot é conhecida por ser das mais estáveis do pelotão, mas acabou de elevar isso para outro nível. A Groupama-FDJ anunciou hoje a prolongação do contrato de 4 ciclistas até 2023, precisamente 4 dos pilares do elenco da equipa francesa.
Rumores apontavam para uma possível saída da Thibaut Pinot da FDJ, até porque o seu contrato terminava em 2020. Nunca acreditámos nessa teoria, é muito raro um líder de uma equipa francesa sair da sua zona de conforto e para além disso existe uma grande proximidade de Pinot com Marc Madiot. Os resultados têm sido excelentes nos últimos 2 anos e podiam ter sido ainda melhores, o francês de 30 anos estava à beira de um pódio no Giro 2018 quando foi forçado a abandonar e o mesmo se passou no Tour 2019, onde demonstrou estar sempre na frente na montanha.
Com esta renovação até ao final de 2023 está sem qualquer pressão, ao contrário de outros grandes líderes. Esta paragem forçada devido à pandemia pode ter sido benéfica, e caso faça este contrato até ao fim, 2023 será a 14ª temporada de Thibaut Pinot ao serviço da estrutura da FDJ.
Quem também está a caminho de mais de 1 década a representar a FDJ é Arnaud Demare, que também viu o seu contrato prolongado. Apenas com 28 anos, mas já há muito tempo na ribalta, Demare teve um 2019 para esquecer, onde só apareceu realmente ao seu nível no Giro. Ganhou a Milano-SanRemo em 2016 e etapas no Tour em 2017 e 2018, a expectativa é que regresse a esse nível. Demare tem estado visivelmente dividido entre apostar ou não nas clássicas da Primavera e nos próximos anos terá de tomar essa decisão. Actualmente está lesionado com uma fractura do escafóide, ele que foi forçado a ficar bastante tempo nos Emirados Árabes Unidos de quarentena.
Uma das promessas do ciclismo gaulês é sem dúvida David Gaudu, daí a importância da FDJ segurar o jovem e 23 anos até 2023. Gaudu está a ter uma evolução bastante sustentada desde que ganhou a Volta a França do Futuro em 2016. Em 2017 fez essencialmente clássicas e provas de 1 semana, em 2018 ganhou experiência acumulando mais dias de competição e em 2019 já vimos bem do que Gaudu é capaz. Foi 3º no UAE Tour, 6º na Liege-Bastogne-Liege, 5º no Tour de Romandie e uma peça fulcral na ajuda a Thibaut Pinot no Tour, finalizando ainda em 13º.
A renovação mais surpreendente foi talvez a de Stefan Kung, aquele corredor que mais mercado tinha destes 4 ciclistas. O suíço encontrou na Groupama-FDJ uma equipa que lhe deu oportunidades nas clássicas e Kung não desperdiçou, fazendo 11º no Paris-Roubaix em 2019 e 9º na Omloop em 2020, está a evoluir neste campo e quanto mais dura a prova for em ter de condições meteorológicas, melhor para ele. Continua a ser um dos melhores especialistas em contra-relógio do Mundo, claramente entre o top 5/top 10, mas foi no Mundial de estrada que se destacou, ao ficar com a medalha de bronze. É uma peça fundamental também nas Grandes Voltas nos contra-relógios colectivos e na protecção aos líderes nas etapas planas.