Bem cedo pela manhã, o curto pelotão de 90 ciclistas saiu de Paris para dar início à longa prova de estrada masculina dos Jogos Olímpicos. A fuga formou-se nos primeiros quilómetros, composta por 4 africanos Christopher Rougier-Lagane, Achraf Ed Doghmy, Charles Kagimu e Eric Manizabayo e 1 asiático Thanakan Chaiyasombat. 5 ciclistas bastante discretos, pelotão muito tranquilo e vantagem máxima de 15 minutos!



190 quilómetros para o fim e alguma animação com Elia Viviani, Gleb Syritsa, Ryan Mullen e Gerogios Bouglas a atacarem. Deste quarteto, apenas Syritsa não conseguiu fazer a ponte para a frente de corrida. Mullen foi mesmo o mais resistente, apanhado por Ben Healy e Alexey Lutsenko a 75 quilómetros do fim, eles que tinham saído pouco antes do pelotão maioritariamente comandado por Bélgica, Dinamarca e Países Baixos.

A corrida estava, finalmente, animada, com os principais favoritos a começarem a aparecer na frente, com destaque para Remco Evenepoel. Tanto ataque resultou num grupo perseguidor ainda antes da entrada no circuito final, um grupo composto por Valentin Madouas, Fred Wright, Stefan Kung, Nils Politt, Marco Haller, Michael Woods e Jambaljamts Sainbayar. O Côte de la butte Montmartre chegava, diferença de 1 minuto para Healy (que ainda estava na frente), 46 quilómetros para o fim e ataque de Mathieu van der Poel! Somente Wout van Aert conseguia seguir o neerlandês. Pouco depois, Julian Alaphilippe, Matteo Jorgenson e Toms Skuijns juntavam-se aos dois titãs.



As diferenças não eram grandes e a junção entre o grupo de Van der Poel e o pelotão era feita a 38 quilómetros do fim. Não havia acalmia, com Remco Evenepoel a lançar-se de seguida conseguindo chegar ao grupo perseguidor de Kung, Politt, entre outros. A um ritmo louco, Evenepoel ia-se aproximando da frente e, ao mesmo tempo, fazer a seleção no grupo perseguidor. 33 quilómetros para a chegada e Healy era apanhado pelo grupo de Evenepoel que entrava em nova passagem por Montmartre com 45 segundos de vantagem para o pelotão.

Sentindo a diferença a aumentar, Van der Poel voltava a aumentar o ritmo, antes de atacar novamente com Van Aert na sua roda. Não havia entendimento, estes dois eram apanahdos e iniciava-se a anarquia com ataques por todo o lado. Na frente, a locomotiva Evenepoel ia eliminando os seus rivais, ficando apenas com Madouas na sua roda para a última volta ao circuito. O francês ficava para trás a 15 quilómetros do fim, com Evenepoel a arrancar num pequeno topo. O título olímpico estava na frente, Evenepoel tinha já mais de 1 minuto para o primeiro grupo perseguidor.



3900 metros para o fim, o drama aparecia, com Evenepoel a ter um problema mecânico. O belga desesperava, esperou pelo carro que lhe deu uma nova bicicleta. Apesar de tudo, a vantagem era enorme e Evenepoel tinha o título mais que assegurado. História feita, com o primeiro ciclista a conquistar o título olímpico de contra-relógio ao título olímpico de estrada. Madouas sofreu muito mas aguentou o 2º lugar, com Christophe Laporte a vencer o sprint pelo 3º, dando duas medalhas à França.

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