Saugues - France - wielrennen - cycling - cyclisme - radsport - Ilan Van Wilder (Belgium / Team DSM) pictured during Criterium du Dauphine Libere cycling race, stage 3- with start in Langeac and finish in Saint-Haon-Le-Vieux (172,5KM) on June 01, 2021 (173KM) - photo NV/PN/Cor Vos © 2021
Continua a confusão no reino da Team DSM. A equipa alemã nos últimos defesos foi mais falada pelos ciclistas que perdeu e que forçaram a saída do que propriamente pelas contratações e pelas ambições para a temporada seguinte. O rendimento em 2021 foi, no mínimo sofrível, valeu algumas exibições positivas de Romain Bardet e o aparecimento na segunda metade da temporada de Michael Storer e Alberto Dainese. Ainda assim, o plantel era claramente escasso e algo disfuncional e o saldo foram 8 vitórias.




Para 2022 entraram 3 jovens da equipa de desenvolvimento, 2 promessas provenientes da Uno-X e o experiente John Degenkolb, aparentemente insuficiente para colmatar as saídas de Jai Hindley, Michael Storer, Jasha Sutterlin, Max Kanter e agora Ilan van Wilder. O jovem belga subiu ao World Tour em 2020, com apenas 19 anos, no ano anterior tinha sido 7º na Ronde de Isard, 4º na Corrida da Paz e 3º na Volta a França do Futuro, no primeiro ano como sub-23.

2020 teve uma época encurtada pelo Covid e foi nesta temporada que van Wilder mostrou sinais do que pode fazer, ao ser 16º no Tour de Romandie. A partir dessa altura começaram a surgir rumores a dizer que o belga poderia seguir o mesmo caminho de Marcel Kittel, Warren Barguil, Tom Dumoulin, Michael Matthews e Marc Hirschi, todos eles desde 2015. Ou seja, sair antes do final do contrato, que no caso de van Wilder o vinculava por mais 1 ano.

Todos estes casos foram sobejamente conhecidos e aconteceram por insatisfação ou discordâncias com a gestão da equipa, sendo Marc Hirschi o mais recente. Na altura tínhamos falado que algo de muito errado se passa e este caso vem agudizar isso mesmo, estas saídas estão longe de serem normais no Mundo do ciclismo.
Ilan van Wilder mal correu na segunda metade do ano e esteve um longo período de tempo a tentar romper o contrato que tinha. Com tanto talento os pretendentes foram muitos e o belga acabou mesmo por ir para uma equipa do seu país, a Deceuninck-Quick Step, que ontem anunciou a contratação num comunicado sucinto e que menciona que não se falará mais no assunto, o que ainda abre mais o apetite aos mais curiosos.




A rescisão do contrato tem um efeito imediato e o ciclista já pode treinar com as cores da “Matilha”. Lefevere diz que van Wilder foi recrutado pelo seu potencial, especialmente como corredor para as provas por etapas, muito provavelmente para fazer o papel que João Almeida fez em 2020, recordando que o português está a caminho da UAE Team Emirates. Em termos de perfil, van Wilder é até bastante parecido a João Almeida, é bom contra-relogista, explosivo, com boa ponta final, tendo ainda de melhorar na alta montanha. Tendo em conta as circunstâncias, temos o feeling que vai fazer uma grande época.
O comunicado é da Quick-Step, mas também conta com declarações do CEO da Team DSM, Iwan Spekenbrink diz que “pareceu-nos errado que um ciclista forçasse o fim do contrato fazendo declarações em público, envolvendo tribunais, teríamos recusado uma transferência nestes termos. Estivemos abertos a todas as possibilidades e foi bom de ver que o Ilan e o seu agente permitiram às equipas negociar e chegar a um acordo da maneira correcta.” Dá a entender que neste caso houve alguma verba envolvida em prol da DSM, o que prova ainda mais a confiança que a Quick-Step tem no jovem belga.

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