Até agora, a INEOS Grenadiers tinha estado muito discreta no mercado de transferências. Adam Yates era o único reforço confirmado mas os rumores eram muitos. Costuma-se dizer que onde há fumo há fogo e os rumores estavam certos uma vez que todos os nomes que estavam a ser falados foram, oficialmente, anunciados no dia de hoje.
Começamos por Laurens de Plus, trepador belga de 25 anos que chega da equipa rival da Jumbo-Visma. Este é um reforço importante para o bloco de montanha que evoluiu muito o ano passado, chegando ao ponto de ganhar o BinckBank Tour, após ter sido o braço direito de Steven Kruijswijk na montanha no Tour de France. Este ano, pouco correu, devido a problemas físicos.
Continuando a pensar no futuro, a formação britânica contratou Daniel Martinez, corredor de 24 anos. O ciclista colombiano tem vindo a subir a pulso na carreira, começando na Wilier Triestina, passando depois para a EF Pro Cycling, onde evoluiu paulatinamente, até se tornar num dos ciclistas mais completos da equipa. Corredor muito completo, já que sobe muito bem e anda como poucos no contra-relógio (é bi-campeão nacional), Martinez já venceu no Tour, ganhou o Criterium du Dauphine no mês passado e, em 2019, foi 2º no Tour of Guangxi e venceu no Paris-Nice.
Uma contratação natural por parte da INEOS Grenadiers é Thomas Pidcock. O talentoso britânico é um dos melhores jovens do mundo e, sendo britânico a formação de Dave Brailsford tinha a “obrigação” de o contratar, como já o fez com outros ciclistas. Aos 21 anos, Pidcock ainda se está a descobrir enquanto ciclista no entanto ele faz de tudo um pouco, desde escalar com os melhores como sprintar para as vitórias em grupos restritos. Há poucas semanas dominou o Baby Giro, vencendo 3 etapas e triunfando na classificação geral. No ano passado foi 3º nos Mundiais sub-23, tendo ganho o Tour de Alsace e o Paris-Roubaix de juniores, sendo que em 2017 foi campeão mundial em juniores. Um corredor multifacetado que também se dedica ao cyclocrosse.
Por fim, Richie Porte está de regresso. Na equipa britânica de 2012 a 2015, antes de passagens pela BMC e Trek-Segafredo, o australiano teve sempre as suas oportunidades em provas de uma semana, vencendo na Volta ao Algarve, Paris-Nice, Tour Down Under e Volta a Catalunha. Como o próprio referiu no Tour, aquele iria ser o último em que iria ser líder de uma equipa, ele, mais que ninguém, já sabia da sua decisão. Aos 37 anos e após ter cumprido o sonho de fazer pódio na Grande Boucle o tasmaniano será um dos ciclistas mais experientes da equipa, sendo, também, um reforço importante para o bloco de montanha de Egan Bernal e Geraint Thomas. Quem não se lembra dos estragos que Porte fazia quando trabalhava para Chris Froome?
Aos poucos, Dave Brailsford começa a renovar a “sua” equipa. As várias saídas que se sucederam aconteceram de forma natural e, para tentar manter o nível alto, o Team Manager britânico apostou na juventude de Laurens de Plus, Daniel Martinez e Thomas Pidcock, ciclistas que ainda podem evoluir muito e tornar-se, ainda, mais fortes e líderes da equipa britânica no futuro. Para balançar, Ricie Porte é, também, um acréscimo de qualidade, sendo também um mentor para os mais jovens.