Quando a Israel Cycling Academy adquiriu a licença da Katusha-Alpecin no World Tour especulou-se logo qual seria o futuro dos ciclistas que ainda tinham contrato com a formação de Igor Makarov para 2020. Ora, nos últimos dias, a formação israelita anunciou a “contratação” de seis ciclistas oriundos da equipa liderada por José Azevedo. Uma transição natural de ciclistas com qualidade e que ainda tinham contrato, compondo o plantel da Israel Cycling Academy, que tem já 23 ciclistas oficializados.



Rick Zabel foi o primeiro a ser anunciado. Um corredor com uma boa ponta final que era lançador de Marcel Kittel e, anteriormente, Alexander Kristoff, papel que desempenhou muito bem, mas que desde a reforma do alemão teve algumas oportunidades, aproveitando-as bem, já que ganhou Tour of Yorkshire. Com 25 anos, é já um corredor experiente e poderá ser uma peça do comboio de Andre Greipel, numa equipa repleta de homens rápidos.

No mesmo dia, também foi contratado Mads Wurtz. O dinamarquês de 25 anos é um ciclista que se defende bem no contra-relógio (campeão mundial sub-23 em 2015), passa bem as pequenas dificuldades e tem uma boa ponta final. Um corredor completo para certo tipo de provas de uma semana, principalmente as que se correm na Bélgica e na Dinamarca.

O belga Jenthe Biermans faz também a transição. Um corredor de clássicas, não só as do empedrado mas também as das Ardenas, adapta-se a qualquer tipo de terreno, um corredor bastante completo, sendo sempre importante para o apoio aos seus líderes. Venceu o Tour de Flandres no escalão junior em 2013, foi 2º no Paris-Roubaix sub-23 em 2016 e, entre os elites, já foi 9º na Volta a Bélgica e 12º no Tour of Yorkshire e no ZLM Toer deste ano. Tem potencial e tem tido uma evolução bastante positiva.



Alex Dowsett mantém-se no World Tour, partindo para a 10ª temporada na elite do ciclismo mundial. Contra-relogista puro, é o atual campeão nacional da Grã-Bretanha na especialidade, título que já ganhou por 6 ocasiões. Um ciclista “hit or miss”, pois tanto dá luta aos melhores como nem se dá conta dele nas provas, prova disso é a vitória num contra-relógio do Giro 2013 e na geral da Bayern Rundfahrt 2015. Foi 5º nos Mundiais deste ano.

Para o fim, ficam os dois mais experientes. Reto Hollesntein chegou ao World Tour rotulado como um bom contra-relogista (9º nos Mundiais de 2016) mas tem sido mais que isso. Aos 34 anos, o suíço é um corredor completo, um gregário importante nas clássicas e nas provas por etapas. Os últimos anos não têm trazido resultados individuais mas a experiência será importante.

Terminamos com Daniel Navarro, espanhol de 36 anos que em tempos era um dos principais escudeiros de Alberto Contador, tendo, também, trabalhado para corredores como Lance Armstrong, Andreas Kloden e Roberto Heras. 2019 foi um ano para esquecer para o trepador espanhol que em 2018 ainda foi 2º na Route d’Occitanie, 7º no Tour of Oman e 9º no Dauphine. Já venceu na Vuelta e fez top 10 tanto no Tour como na Vuelta. Agora os tempos são outros e deverá ser gregário importante quer de Daniel Martin, quer de Ben Hermans.



De todos os corredores pertencentes ao plantel da Katusha-Alpecin em 2019, apenas Nils Politt e Ian Boswell não têm, oficialmente, o seu futuro definido. Dois jovens ciclistas, ainda com muito para dar ao ciclismo, não devem ter dificuldade em assegurar equipa para a nova temporada, sendo que não seria de estranhar assinarem com a Israel Cycling Academy.

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