Dois dos segredos mais mal guardados no ciclismo, as transferências de Vincenzo Nibali e Enric Mas. Em fases da carreira bem distintas, ambos já têm um estatuto elevado, o Tubarão de Messina muda-se para a Trek-Segafredo e o espanhol regressa a casa e ingressa na Movistar.




Aos 34 anos esta pode muito bem ser a última mudança de equipa de Vincenzo Nibali na sua carreira, que até tem sido marcada por alguma estabilidade, a Trek-Segafredo será a sua 4ª equipa em 15 anos de carreira, não é muito. Vencedor do Giro em 2013 e 2016, do Tour em 2014 e da Vuelta em 2010 é dos poucos ciclistas em actividade com triunfos nas 3 Grandes Voltas, e para além disso já ganhou a Milano-SanRemo e a Il Lombardia.

A temporada tem sido muito boa para Nibali, preparou bem o Giro e depois terminou em 2º atrás de Richard Carapaz, veio ao Tour à procura de 1 etapa e conseguiu esse feito mesmo na última oportunidade. Mesmo já na fase terminal da carreira, fala-se que pretende mesmo terminar a carreira em 2021 e depois assumir um papel de embaixador na Trek-Segafredo, será o grande líder para 3 semanas que a Trek-Segafredo precisa, viu-se neste Tour, mais uma vez, que Richie Porte não tem fundo para 3 semanas. Bauke Mollema já tem 32 anos e conseguiu neste Giro o primeiro top-5 na geral de uma Grande Volta desde 2011 e a grande esperança para liderar a equipa no futuro é Giulio Ciccone que também pode aprender muito com Nibali na gestão de uma prova de 3 semanas. A acompanhar Vincenzo irá o seu irmão António Nibali, resta saber se também integrará a estrutura da equipa o seu treinador de longa data, Paolo Slongo.




Patrick Lefevere não tinha orçamento para manter todas as suas estrelas e teve de fazer escolhas, a primeira delas todas foi manter Julian Alaphilippe e rapidamente se percebeu que Elia Viviani estava na porta de saída. No entanto o italiano não era o único, Enric Mas fez, segundo Lefevere, exigências salariais nas negociações da renovação que não eram comportáveis com o seu estatuto (ainda).

O seu destino tornou-se bastante óbvio há muitas semanas, com Mikel Landa (oficial) e Nairo Quintana (ainda não oficial, mas já confirmado por pessoas próximas de colombiano) de saída da Movistar a equipa espanhola precisava de um substituto (e ainda se fala que Carapaz poderá também deixar a equipa) e viu em Enric Mas uma grande alternativa, ainda para mais sendo espanhol. Depois de deslumbrar na Vuelta do ano passado em que terminou na 2ª posição, esta época não está a correr de feição para Enric Mas, não deu grandes sinais na preparação para o Tour e falhou todos os objectivos na “Grand Boucle”. Tem muito potencial é verdade, mas temos a sensação que terá sempre melhores resultados na Vuelta, uma prova geralmente com etapas mais curtas e subidas mais explosivas, do que nas outras Grandes Voltas, que exigem mais capacidade nas montanhas longas. Aos 24 anos ainda terá muito pela frente, poderá ser também uma alternativa em provas como a Liege-Bastogne-Liege. O contrato é até 2022.



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