Dia muito importante nesta Volta a Itália, não só o Mortirolo para ultrapassar, globalmente talvez a etapa rainha da prova, com mais de 200 quilómetros e mais de 5000 metros de acumulado. Todos queriam estar na fuga, até os sprinters para tentarem escapar ao tempo limite, e Mark Cavendish chegou mesmo a andar fugido na companhia de Mathieu van der Poel. Obviamente assim que se entrou na primeira subida do dia o britânico ficou para trás e ficou um grupo com cerca de 20 elementos na frente da corrida, um grupo que tinha entre outros, Simon Yates, Alejandro Valverde, Guillaume Martin, Thymen Arensman, Koen Bouwman, Wout Poels, Lorenzo Fortunato, Jan Hirt ou Giulio Ciccone.
Numa fase inicial o pelotão não concedeu uma grande vantagem, sempre comandado pela Ineos Grenadiers, foi entre a primeira subida e o Mortirolo que a diferença aumentou substancialmente, para 5 minutos. Foi também nessa fase que o grupo dianteiro se fraccionou para proveito de DSM, que colocou Chris Hamilton a trabalhar para Thymen Arensman, nesse grupo também estavam Wout Poels, Alejandro Valverde, Koen Bouwman e Lennard Kamna. Apenas Hugh Carthy e Jan Hirt conseguiram durante o Mortirolo fazer a ponte, com Giulio Ciccone a ficar muito perto.
Entretanto na complicada e mítica subida italiana foi a Astana a mexer na corrida, apesar de não tirar muito distância à frente, conseguiu reduzir o grupo dos favoritos a 15 elementos, com Juan Pedro Lopez a ceder no último quilómetro. A maior vítima surgiu na descida, face ao forcing de Vincenzo Nibali foi Domenico Pozzovivo a ir ao chão, perdendo 1 minuto para o grupo principal. Ciccone foi absorvido por um grupo perseguidor onde vinham Vansevenant, Martin, Kelderman, Hamilton, Fortunato e Yates, mas metade destes ciclistas tinham motivos para não trabalhar e este lote de corredores foi perdendo tempo para a frente e para trás.
Apesar de algo dorido Pozzovivo conseguiu reentrar no pelotão e foi antes da última subida do dia que a Bahrain-Victorious decidiu pegar no grupo principal e Lennard Kamna fugir dos companheiros de fuga, ganhando quase 1 minuto sobre eles. Arensman saiu em perseguição do alemão, enquanto outro alemão, Emanuel Buchmann, cedia ao ritmo da Bahrain. Jan Hirt chegou a Arensman a 10 kms da meta, numa altura em que o duo estava a 20 segundos de Kamna e entre os favoritos uma inusitada queda em subida perturbou o ritmo e forçou Bilbao a parar.
Finalmente veio a aceleração letal da Bahrain e o ataque de Landa, com Carapaz e Hindley a seguirem o basco, praticamente uma cópia do que aconteceu no Blockhaus. João Almeida seguia ao seu ritmo, com Vincenzo Nibali. Na frente Arensman e Hirt apanharam Kamna a 8,5 kms da meta e rapidamente deixaram o alemão para trás. Hindley, Landa e Carapaz colaboraram entre eles para distanciar João Almeida, que deixou Nibali para trás e continuava teimosamente a escassos metros do trio de candidatos.
Hirt atacou Arensman e seguiu isolado, passando no topo da última subida com 15 segundos de vantagem para o corredor da Team DSM. O checo perdeu algum terreno a descer, mas ainda aguentou o primeiro lugar diante de Thymen Arensman. O pódio da etapa ficou completo por Jai Hindley, o mais explosivo dos ciclistas da geral, com João Almeida a chegar a 14 segundos de Hindley, Carapaz e Landa. Na geral Carapaz manteve a liderança, com 3 segundos de vantagem sobre Jai Hindley e 44 segundos sobre João Almeida. Jan Hirt e Alejandro Valverde aproveitaram para subir ao top 10 da geral.