Depois de 1 década de ausência a Volta a Alemanha voltou em 2018 num formato diferente, 4 dias no final de Agosto para presentear os fãs de ciclismo de um país que durante muitos anos esteve de costas voltadas para a modalidade. As pazes estão feitas, agora com corredores como Pascal Ackermann, Maximilian Schachmann, Nils Politt ou Emanuel Buchmann ao mais alto nível e ainda com muito para dar, o ciclismo alemão está bem e recomenda-se.
Matej Mohoric triunfou em 2018 no regresso da prova, em 2019 a corrida apostou num percurso de média montanha que abria o apetite a muitos corredores. Subiu de categoria, de 2.1 para 2.HC e reuniu um elenco de luxo, com 15 equipas World Tour e alguns dos melhores ciclistas do Mundo.
O primeiro dia foi aquele mais fácil, contou com um sprint final e com um ciclista da casa a vencer. A dupla da UAE Team Emirates composta por Simone Consonni e Alexander Kristoff foi impotente para impedir o triunfo de Pascal Ackermann. Cedo se viu que Geraint Thomas e Michal Kwiatkowski não estavam na Alemanha para discutir a geral.
Na 2ª etapa tivemos espectáculo à antiga. Depois de uma parte inicial muito rápida e selectiva Remco Evenepoel decidiu arrancar sozinho a praticamente 100 kms da meta. O prodígio belga chegou a ter 3 minutos de avanço e só uma grande aliança no pelotão impediu um sucesso verdadeiramente épico, Evenepoel foi apanhado nos 10 kms finais, quando Lutsenko e Hirschi atacaram na última subida. O grupo para 27 unidades na descida e numa jornada destas o mais forte foi Alexander Kristoff, diante de Sonny Colbrelli e Yves Lampaert.
A 3ª tirada viria a decidir a competição, já depois de feita uma grande selecção no grupo principal arrancaram Kasper Asgreen e Jasper Stuyven e só colocaram vista nesta dupla depois do risco de meta. Stuyven trabalhou para ascender à liderança e Asgreen aproveitou para ganhar a etapa. 17 segundos para o grupo perseguidor foi a diferença, mais uma vez com Colbrelli e Lampaert em destaque. Stuyven partia para a jornada final com 13 segundos sobre Colbrelli e 18 sobre Lutsenko.
A última etapa com chegada a Erfurt foi novamente muito rápida, todos os dias se correram a mais de 42 km/h de média. A primeira metade era muito dura e não conseguiram deixar os sprinters para trás, portanto o final em ligeira subida decidiu tudo e assentou que nem uma luva a Sonny Colbrelli, que ganhou à frente de Yves Lampaert e Alexander Kristoff. Jasper Stuyven estava no grupo, foi 5º, e garantiu assim a classificação geral da Volta a Alemanha. Graças às bonificações Lampaert tirou o 3º lugar a Lutsenko.
A regularidade de Sonny Colbrelli valeu-lhe a classificação por pontos, Marc Hirschi foi o melhor jovem por 2 segundos sobre Jonas Vingegaard e 3 segundos sobre Jhonatan Narvaez, Magnus Cort ficou com a camisola da montanha e a melhor equipa foi a Deceuninck-Quick Step, com uma larga vantagem sobre a Dimension Data.