Hoje a Europa acordou com a notícia de que Jay Vine é o novo campeão nacional de contra-relógio australiano. Nos Antípodas, num percurso de 37,5 kms, o reforço da UAE Team Emirates parou o relógio em 46:39, menos 3 segundos do que um dos grandes favoritos à vitória, o antigo campeão Luke Durbridge.

Para muitos uma grande surpresa, este triunfo poderá realmente ser visto nessa perspectiva, até agora na carreira o antigo corredor de Alpecin-Fenix não tinha qualquer resultado de grande valia em esforços individuais e estava a correr num evento de 1 dia face a Luke Plapp (vencedor em 2021) e Luke Durbridge (ganhou em 2019 e 2020). Uma coisa é no final de uma Grande Volta ou num percurso mais montanhoso, neste traçado onde se corre a mais de 48 km/h de média é de facto uma relativa surpresa tendo em conta que Vine é um trepador.




No entanto, o ciclista de 27 anos já anteriormente tinha revelado em entrevistas que tinha um gosto particular pelo contra-relógio e em 2022 foi 23º no contra-relógio da Vuelta, melhor inclusivamente do que alguns candidatos ao pódio nesse dia quando nem tinha particular motivação para fazer esse resultado após ganhar 2 etapas na montanha. Vine progrediu de forma espectacular em 2022 e aparentemente continua esse progressão, agora numa estrutura que tem melhor material e que dá muito mais atenção ao contra-relógio do que a Alpecin-Fenix.

É o próprio Vine que admitiu isso na “flash-interview” depois do primeiro título nacional da sua ainda curta carreira. “No passado, o contra-relógio era a minha disciplina favorita, desde que me tornei profissional ainda não tinha conseguido uma boa posição na “cabra”. Na minha nova equipa eles têm uma boa bicicleta e uma boa posição para mim. Há ainda espaço para melhorar, não me senti bem na prova de estrada, tenho grandes objectivos mais à frente na época e tenho de ser cuidadoso no treino.

Para Durbridge fica novamente um sabor agridoce, pela 6ª vez na carreira termina o nacional de contra-relógio no 2º lugar, desta vez por apenas 3 segundos. Este percurso é usado, com esta quilometragem, desde 2020 e Durbridge fez 46:43 em 2021, 46:47 em 2022 e 46:42 em 2023, precisava de ter replicado os 46:18 de 2020. De referir que Dennis e Plapp têm os melhores registos neste traçado, com 45:34 e 46:00, respectivamente. Por falar em Luke Plapp, após a revalidação do título de estrada, nem no pódio ficou já que sofreu uma avaria durante o seu esforço, o 3º lugar ficou para Kelland O’Brien, da Jayco, antiga BikeExchange.




Nos sub-23 venceu Alastair MacKellar, da Israel Cycling Academy, com uma larga vantagem e Grace Brown foi bastante superior no lado feminino, somando assim o 3º título e 5º pódio nos últimos 5 anos. Hoje triunfou com uma margem de 38 segundos face a Georgie Howe, 4ª no ano passado e reforço da Jayco para 2023. O pódio ficou completo com a vencedora da prova de estrada, Brodie Chapman, da Trek-Segafredo.

By admin