Outro segredo muito mal guardado deste mercado de transferências era a mudança de John Degenkolb da Trek-Segafredo para a Lotto-Soudal. Aos 30 anos John Degenkolb faz a sua 2ª grande mudança de equipa, ele que esteve na estrutura da Team Sunweb de 2012 a 2016 e na Trek-Segafredo de 2017 a 2019.
Degenkolb saltou para outro patamar na Vuelta 2012, quando ganhou 5 etapas, depois ganhou 1 tirada no Giro em 2013, mais 4 na Vuelta em 2014, antes do seu melhor ano de sempre em termos de qualidade de vitórias. Em 3 semanas acumulou no seu currículo 2 Monumentos, a Milano-SanRemo e o Paris-Roubaix, antes de terminar a temporada com outro triunfo na Vuelta. No entanto na preparação de 2016 tudo mudou na vida do alemão, ele e mais alguns colegas de equipas sofreram um acidente num estágio da Team Sunweb e Degenkolb foi dos que ficou mais mal tratado, só viria a competir em Maio nesse ano.
As 3 épocas na Trek-Segafredo têm sido marcadas por poucas vitórias, 5 no total, etapas no Dubai Tour e no Tour la Provence, 2 clássicas espanholas e ainda a fantástica vitória no Tour em 2018, quando terminou em Roubaix. Desde a tal queda Degenkolb é um ciclista diferente, menos explosivo, com mais receio nas confusões dos sprints, e que consegue estar entre os melhores quando a corrida é dura e o pelotão reduzido, casos da clássica de Hamburgo, da Gent-Wevelgem, onde a experiência também conta muito. Nas últimas 3 temporadas tem só 5 vitórias, é verdade, mas soma 25 pódios.
A Lotto-Soudal estava mesmo a precisar de reforçar a sua equipa para as clássicas, depois da saída do líder Tiesj Benoot, mas é preciso questionar estas contratações, Degenkolb e Gilbert encontram-se longe da sua melhor fase da carreira e não tem propriamente muita sustentabilidade, com Degenkolb a cumprir 31 anos em Janeiro e Gilbert a ter 37 anos. Ao menos a equipa fica com 2 opções legítimas, um corredor que pode ficar mais à espera do sprint e outro que pode partir para o ataque. Degenkolb também poderá ser o sprinter da equipa numa das Grandes Voltas apesar dessa vertente já não estar tão presente no alemão.
Esta saída da Trek-Segafredo também acontece porque a formação norte-americana tem várias opções para as clássicas, desde Jasper Stuyven a Mads Pedersen, passando por Edward Theuns e Alex Kirsch.