Nos últimos dias, de 4 a 7 de Abril, a Sabgal-Anicolor marcou presença em mais uma prova no estrangeiro, o Circuit des Ardennes. É uma prova por etapas da categoria 2.2, que decorreu em França e que contou com uma lista de participantes bastante internacional e repleta de equipas de desenvolvimento das formações do World Tour. A equipa portuguesa partia com um certo grau de favoritismo, até porque levava o vencedor do ano passado, o dinamarquês Mathias Bregnhoj (na altura batendo nomes como António Morgado ou Axel Laurance) reforço para 2024. A acompanhar o dorsal 1 foram Guillermo Garcia, André Carvalho, Oliver Rees, José Sousa e o seu compatriota Julius Johansen.
O traçado era muito parecido nas 4 etapas, um sobe e desce constante, a fazer jus ao nome da corrida, sendo que a tirada mais acessível era logo a de abertura, onde André Drege bateu Paul Magnier e Matthew Brennan, só para se ter uma ideia, um ciclista de 24 anos bateu outro de 19 e um de 18! Ficaram somente 37 corredores a lutar pela geral, com uma vantagem superior a 5 minutos para os restantes, Bregnhoj e Johansen estavam nesse grupo. A 2ª etapa foi muito importante, Bregnhoj somou bonificações no sprint intermédio e na meta para além de ganhar tempo na estrada a todos os rivais menos ao francês Thibaud Gruel, que ficou com a responsabilidade de defender a liderança.
O 3º dia, com chegada a Aiglemont era o que tinha a orografia mais dura, as subidas mais longas e fizeram-se grandes diferenças. Destacou-se um grupo de 10 elementos do qual, aproveitando a superioridade numérica atacou o italiano Federico Savino para a vitória, ele que já estava muito afastado na geral. Bregnhoj trabalhou muito para que esse grupo ganhasse uma boa vantagem pois Gruel e cedeu 4 segundos nos metros finais para os restantes, chegando a 12 segundos do vencedor. A nova geral tinha o dinamarquês de amarelo e 4 rivais bem perto, Joseph Blackmore a 7 segundos, Tijmen Graat a 10 segundos, Johannes Adamietz e Louis Rouland a 12, depois Alexis Guerin já estava a mais de 40. Eram estes os ciclistas que Bregnhoj e a Sabgal-Anicolor tinham de marcar mais atentamente no último dia, que seria terrível de controlar, primeiro pela irreverência do pelotão, segundo porque só tinha 5 elementos de trabalho e terceiro porque Julius Johansen tinha caído para 18º e já não podia ser usado para cancelar outros ataques.
Numa tirada com mais de 160 kms e feita a quase 42 km/h de média, a equipa portuguesa deu tudo, Bregnhoj resistiu a todos os ataques, mas também faltou aquela pontinha de sorte, num grupo de 12 elementos Joseph Blackmore foi o mais rápido, somou 10 segundos de bonificação e assim ultrapassou o dinamarquês da Sabgal/Anicolor, ao triunfar diante de Paul Magnier, da equipa de desenvolvimento da Soudal Quick Step. Foi praticamente essa uma das poucas alterações no top 10 neste último dia e permitiu ao britânico Joseph Blackmore manter um registo incrível, em 2024 participou em 3 provas por etapas, o Tour du Rwanda…ganhou, o Tour de Taiwan…ganhou e o Circuit des Ardennes…ganhou, 3 em 3 para o jovem de 21 anos da Israel-Premier Tech Academy, que muito provavelmente estará na equipa principal em 2025.
Para a Sabgal/Anicolor fica uma excelente experiência internacional que também se traduziu em 33 pontos UCI, importante para subir nos rankings, José Sousa e Guillermo Garcia abandonaram nesta dura etapa final, Oliver Rees foi 87º, André Carvalho 86º e Julius Johansen 17º.