Hoje foi para a estrada o Grand Prix de Denain, uma espécie de parente pobre do Paris-Roubaix. Trata-se de uma corrida do circuito europeu com cerca de 1 dezena de sectores de empedrado e que tipicamente é ganha por sprinters, nas 2 edições anteriores tinha sido resolvida num sprint entre 30/40 ciclistas. Este ano os sectores estavam muito complicados, com alguma lama, e isso também exponenciou as quedas, que foram muitas. À partida um pelotão de luxo, com 9 formações do World Tour, quase todas com boas opções para um final ao sprint, o campeão em título Max Walscheid e ainda a presença do português André Carvalho.
Neste tipo de corridas por vezes partir da frente é uma vantagem e ajuda a evitar confusões e quedas, foi também isso que pensaram Paul Lapeira, Benjamin Perry, Gilles de Wilde, Theo Delacroix, Maxime Jarnet, Mael Guegan, Luca de Meester e Louis Barré. O controlo inicial foi feito pela Jumbo-Visma, que apesar de ter apenas 6 elementos no alinhamento, tinha aquele que no papel era o melhor sprinter, o holandês Olav Kooij. Não vamos aqui elencar as quedas, senão teriam muito para ler, mas o mais relevante é que o movimento decisivo desta prova aconteceu a cerca de 25 kms da meta.
Nessa altura saiu um grupo com Timo Kielich, Edvald Boasson Hagen, Juan Sebastian Molano, Clement Davy, Mikkel Bjerg, Tim van Dijke, Norman Vahtra e Taco van der Hoorn e ganharam alguma vantagem perante um grupo principal algo desorganizado e já com poucas unidades. Apanharam a fuga original e após o último sector de empedrado emergiram na frente Kielich, Molano, Bjerg, van Dijke e Boasson Hagen, que tinham a vitória entre eles já que a 5 kms da meta tinham 30 segundos de vantagem e Bjerg se estava a sacrificar para o seu companheiro de equipa.
O dinamarquês foi o MVP do dia, fez um trabalho perfeito para Juan Sebastian Molano, que até com relativa facilidade e aproveitando também um pequeno problema no sprint de Tim van Dijke, bateu o holandês da Jumbo-Visma e Timo Kielich para somar assim a 2ª vitória do ano depois de festejar no UAE Tour. Edvald Boasson Hagen mostrou que a ponta de velocidade já não é a de antigamente e foi somente 4º. Nota ainda para o top 10 do último resistente da fuga, Paul Lapeira, e para Samuel Watson e Milan Menten, que não estiveram muito longe de conseguir fazer a ponte para a frente da corrida.