Como seria de esperar, a saída da etapa 12 do Giro da cidade de Martinsicuro foi tudo menos calma. Ritmo infernal durante mais de 50 quilómetros, o perfil completamente plano ajudou nisso e, tudo isso, impediu que se formasse uma fuga. Matteo Trentin e Julian Alaphilippe mostravam muita vontade, estiveram na frente diversas vezes e foi na primeira subida do dia que a corrida se começou a definir, numa altura em que havia vários grupos à frente do pelotão. 138 quilómetros para o fim e ataque do inevitável Julian Alaphilippe! O antigo campeão do Mundo fugia na companhia de Mirco Maestri.
Organização perfeita entre Alaphilippe e Maestri sendo que atrás formou-se um grupo com 36 ciclistas! Praticamente um pelotão na perseguição ao duo da frente, onde estavam nomes perigosos para a geral como Jan Hirt, Domenico Pozzovivo e Juan Pedro Lopez e outros ciclistas interessantes como Jhonatan Narvaez, Filippo Ganna, Quinten Hermans, Michael Valgren, Aurélien Paret-Peintre, Pelayo Sanchez, Nairo Quintana, Attila Valter, Simone Velasco, Benjamin Thomas e Matteo Trentin. A presença de Hirt na frente, a menos de 6 minutos da liderança de Tadej Pogacar, impedia que a fuga ganhasse minutos atrás de minutos, muito por culpa do trabalho da Bahrain-Victorious quando a fuga chegou a ter 5 minutos de vantagem.
Maestri e Alaphilippe entendiam-se na perfeição, a diferença para o grupo perseguidor chegou a ser de 2 minutos, baixava para 1 minuto no entanto na frente não desistiam pois sabiam que a organização atrás era pouca. Tudo isso levou a que os perseguidores se atacassem numa das muitas subidas do dia e, a 80 quilómetros do fim, formou-se um novo grupo perseguidor, com Narvaez, Hermans, Scaroni, Thomas, Valgren, Smith, Clarke, Leemreize e Trentin. 9 ciclistas na perseguição, nenhum perigo para a geral e aqui sim, podia estar o perigo para o duo da frente.
Finalmente o grupo perseguidor conseguiu organizar-se e, aos poucos, ia-se aproximando da frente que, à entrada da última subida, estava a apenas 45 segundos. Atrás, Bahrain-Victorious e UAE Team Emirates aceleraram no pelotão, chegaram a existir cortes e, com este ritmo, os restantes fugitivos, incluindo Hirt, Pozzovivo e Lopez, foram apanhados. 11500 metros para o fim, início da subida e … o ataque de Alaphilippe. O francês apenas acelerou e isso foi suficiente para deixar Maestri para trás e seguir em solitário. Hermans e Narvaez destacaram-se no grupo perseguidor no entanto não conseguiram diminuir a diferença para Alaphilippe.
Sem quebras, o ciclista da Soudal-QuickStep fez os derradeiros quilómetros a um ritmo constante e, no final, pôde respirar de alívio! Triunfo épico para Alaphilippe, o primeiro desde junho de 2023 e o completar da triologia em Grandes Voltas. A 31 segundos, Narvaez superou Hermans na luta pelo 2º lugar. O top-10 foi todo ele completo por ciclistas da fuga e, a mais de 5 minutos, chegou o grupo dos favoritos, com Pogacar a seguir de maglia rosa por mais um dia.