A LA Alumínios já está associada ao ciclismo há praticamente 2 décadas, mas este projecto diferente na realidade nacional foi para a estrada em 2018. Desde então que Hernâni Broco, o principal responsável da equipa, tem às suas ordens um conjunto de corredores jovem e português, algo que acontece pela 6ª temporada consecutiva em 2023. Por isso mesmo é uma estrutura diferente das restantes, onde os resultados têm obviamente um papel importante, mas onde a formação e a evolução do jovem ciclista português é muito tido em conta e está sempre na base do que é feito.



Em termos desportivos a época em que a LA colheu mais frutos foi em 2019 e foi também quando teve mais exposição mediática quando Emanuel Duarte venceu a Volta a Portugal do Futuro e foi o melhor jovem da Volta a Portugal. O algarvio entretanto saiu da equipa e este ano até irá reforçar a Efapel, o mesmo aconteceu com Carlos Salgueiro que integrou a equipa de Tavira. Algo que é perfeitamente normal, existir alguma dificuldade, principalmente em termos financeiros, para segurar aqueles que melhores resultados obtêm. Relativamente a 2022 houve 2 ciclistas que se destacaram e o primeiro nome do qual vamos falar até faz parte da prata da casa, é o único que ainda resiste do alinhamento original de 2018 e vai para a 6ª temporada na estrutura.

Gonçalo Leaça esteve, no final de 2022, muito próximo de 2 excelente vitórias e quando dizemos muito próximo foi mesmo por escassos centímetros que o desejado triunfo não apareceu. Foi batido ao sprint no final da 7ª etapa da Volta a Portugal por Luís Gomes e em Valongo, no GP JN, por Nahuel D’Aquila, mostrando bem o perigo que é nas etapas de média montanha e nos sprints em grupos reduzidos. Leaça entrará em 2023 naquele que muitas vezes é o ponto rebuçado no ciclismo, aos 25 anos. Tendo em conta todo o historial de resultados de valia e a sua experiência será certamente a principal aposta em muitas corridas.

O outro ciclista que se destacou desportivamente nesta época foi o jovem João Medeiros, de apenas 22 anos. O corredor açoriano esteve muito consistente toda a temporada na luta pelas classificações da juventude, foi 6º na Volta a Portugal do Futuro, 2º no G.P. Azores, 3º nos Nacionais de estrada, venceu no Troféu Joaquim Agostinho, 4º no G.P. Douro Internacional e 3º na Volta a Portugal, um excelente cartão de visita para 2023 para um ciclista que é um trepador por natureza.



Foram 5 as renovações de contrato para a próxima época, mantendo desta forma 70% do plantel actual. André Ramalho é o mais veterano do elenco e mesmo assim tem somente 26 anos, é a voz da experiência, alguém que incorpora muitas vezes fugas e que foi 24º no GP JN. Quem nos lê regularmente sabe que acompanhamos João Macedo há algum tempo, obteve incríveis resultados como júnior em 2019, inclusivamente vencendo corridas em Espanha, finalmente em 2022 apareceu mais e esteve em longas fugas na Volta a Portugal, mas ainda estamos expectantes em relação à sua evolução.

Alexandre Montez continuou a sua transição do triatlo e foi uma agradável surpresa, foi 8º na Volta a Portugal do Futuro, 7º no G.P. Azores e 3º na juventude no Abimota, irá fazer 21 anos no início de 2023. Rodrigo Caixas continuou o seu programa paralelo de estrada e pista e nem sempre é fácil conciliar as duas vertentes, fará em breve 22 anos e é alguém que tem uma boa ponta final, foi por isso uma relativa surpresa a sua prestação na chegada em alto do G.P. Azores. Por fim, também fica outro corredor que está integrado no programa da selecção nacional de pista e outro ciclista com características de sprinter, o jovem Diogo Narciso, é 1 ano mais novo do que Rodrigo Caixas.



Relativamente aos reforços, o luso francês François Vie é um nome algo surpreendente, ele que tal como Alexandre Montez tentará fazer a transição do trialo/duatlo para o ciclismo de estrada. Vie tem apenas 20 anos e foi campeão europeu de triatlo e duatlo nas camadas jovens, tem potencial para ser uma daquelas caixinhas de surpresa pela positiva. Acrescenta-se o jovem João Oliveira, proveniente da formação de Alenquer e que faz a transição dos juniores. É um trepador, mostrou isso no G.P. Azores e esteve de forma consistente entre os 5 melhores sub-23 das equipas de clube ao longo de 2022.

O terceiro reforço é o nome mais sonante e o ciclista que mais rodagem tem a este nível. Daniel Dias tem um percurso de carreira muito curioso, completou a sua formação como júnior na Seissa, a equipa de Roriz, passou para a Sicasal em 2020, em 2021 apostou numa aventura na U.C. Monaco que não lhe correu de feição e regressou em 2022 para a Kelly/Simoldes/UDO. Foi um excelente júnior, vencedor de provas na Taça de Portugal, 3º na Volta a Loulé, vice-campeão nacional de contra-relógio, representou várias vezes Portugal. 2020 foi marcado pelo Covid, pouco competiu e mesmo assim foi 2º nos Nacionais de contra-relógio sub-23 mesmo no seu 1º ano na categoria. 2021 foi uma época menos bem conseguida e este ano conseguiu voltar a um nível mais compatível com a sua capacidade, sendo novamente 2º nos Nacionais de contra-relógio. Bom contra-relogista, com uma boa ponta final, também ele com bons resultados na pista, tem tudo para ser aposta em corridas com final ao sprint.



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