Mais um dia de frio e chuva no Paris-Nice e isso não impediu os ciclistas de terem uma atitude ofensiva numa etapa que muitos pensavam ser a sua última hipótese de vitória, através de uma fuga. Apesar do início da tirada ser muito duro isso não impediu uma média de 44 km/h na primeira hora, com muitos ataques e muitos sprinters em dificuldade. Finalmente passado quase 2 horas de corrida o pelotão abrandou um pouco e permitiu a 10 elementos ganharem uma vantagem relevante, um grupo com Mads Pedersen, Cristian Scaroni, Laurence Pithie, Marco Haller, Cedric Beullens, Mathieu Burgaudeau, Bruno Armirail, Michael Storer, Gijs Leemreize e Georg Zimmermann.

Só que a Ineos-Grenadiers tinha outros planos e começou a trabalhar no grupo principal para que a diferença não aumentasse, relembrando outros tempos. Os últimos resistentes foram apanhados pelo grupo principal a quase 60 kms da meta, o ritmo era alucinante. A Lidl-Trek e a UAE Team Emirates foram dando uma ajuda até porque Felix Gall ficou cortado num segundo grupo e queriam afastar o austríaco da luta pela geral, só que a perseguição voltou a colar já na parte final da descida.

Foi um reduzido grupo que entrou na autêntica parede de 2 quilómetros e a Bora-Hansgrohe provou que tinha estudado muito bem esta parte do traçado, Vlasov entrou a todo o gás com Roglic e McNulty na roda e fez imediatamente um corte para os restantes. O espaço foi fechado mais tarde por Remco Evenepoel, mais a ritmo, numa altura em que McNulty já denotava mais alguma dificuldades. João Almeida tinha entrado mal posicionado e estava um pouco distanciado da frente da corrida com dificuldades numa subida tão explosiva. Já perto do topo, e aproveitando algum abrandamento arrancou o perigoso Matteo Jorgenson e um pouco mais tarde saíram também do grupo Mattias Skjelmose e Brandon McNulty.




Entretanto Santiago Buitrago caiu e contava com a ajuda de Pello Bilbao e Luke Plapp mantinha possibilidade de conservar a amarela ao estar junto dos restantes favoritos. McNulty e Skjelmose juntaram-se a Jorgenson na frente da corrida e os 3 distribuíram as bonificações do sprint intermédio entre eles e foram colaborando muito bem face a um grupo onde apenas Vlasov, Roglic e Evenepoel passavam pela frente. Graças a isso a diferença aumentou substancialmente de 15 para 45 e depois 55 segundos, algo muito importante para a geral. João Almeida foi novamente em recuperação e vinha com Carlos Rodriguez a 10/15 segundos do grupo perseguidor e numa fase final até Jay Vine recuou para ajudar.

Sem grande interesse já na classificação geral, Mattias Skjelmose foi-se poupando um pouco nos último quilómetros para arrancar de forma decisiva a 250 metros da meta e desta forma celebrar uma belíssima vitória num dia de grande espectáculo. Brandon McNulty superou Matteo Jorgenson na luta pelo 2º lugar e Remco Evenepoe sprintou para restringir perdas a 52 segundos e ganhar 1 segundo aos outros constituintes do grupo. João Almeida chegou a 1:20 e perdeu quase meio minuto para a maioria dos favoritos. Brandon McNulty lidera agora a geral diante de Matteo Jorgenson e Luke Plapp, João Almeida caiu de 4º para 7º.

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