O Giro 2020 vai ser lembrado por vários motivos, para os adeptos portugueses obviamente pela afirmação internacional de João Almeida, mas também pelo incrível trabalho de Rohan Dennis em favor da surpreendente vitória de Tao Geoghehan Hart, triunfo selado nos últimos quilómetros da Volta a Itália face a Jai Hindley. O britânico tinha vindo a subir paulatinamente dos rankings, já tinha feito uma Vuelta interessante em 2019 e tudo se alinhou para um Giro que foi disputado em Outubro para uma conquista que veio quase do nada.

No ano seguinte colocava-se a questão, foi Tao Hart um “one hit wonder” ou um “late boomer” e a resposta tendeu mais para a primeira opção, 2021 foi para esquecer e mesmo 2022 não foi muito melhor. Tivemos de esperar até esta época para voltar a ver o melhor do britânico de 28 anos. 3º na Volta à Comunidade Valenciana, 6º na Volta a Andaluzia, 3º no Tirreno-Adriatico, uma imponente vitória no Tour of the Alps no aquecimento para o Giro, entrou novamente na competição que conquistou em 2020 como um dos potenciais candidatos. Tudo corria bem à Ineos e a Hart, até que foi forçado a abandonar quando estava em 3º na geral, a 5 segundos do seu colega Geraint Thomas e a mostrar ter excelentes pernas.




Tendo em conta a saída de Pavel Sivakov, a potencial saída de Carlos Rodriguez, a veterania de Geraint Thomas, a dificuldade de afirmação de Daniel Martinez e a dificuldade de recuperação de Egan Bernal, até me surpreende a saída de um corredor “da casa” que este ano até mostrou ter capacidade para lutar novamente pelo pódio em Grandes Voltas, realmente a Ineos-Grenadiers já não é aquela potência que era, dificilmente a equipa não queria contar com um corredor desta valia.

Na perspectiva de Tao Hart e da Lidl-Trek acho uma transferência brilhante, o britânico sai de uma estrutura a cair dos rankings para uma a ascender nos rankings e a formação norte-americana não tem no plantel nenhum ciclista que garanta potencialmente tanto rendimento nas Grandes Voltas no que toca à classificação geral. Ciccone ainda é um pouco inconstante e continuo a achar que Skjelmose não será ciclista para 3 semanas, não é um puro trepador e esta contratação também permite a Ciccone e Skjelmose concentrarem-se mais nas Ardenas e nas provas de 1 semana. Ainda terá algum apoio fora estes corredores, nomes como Cataldo, Mollema e Lopez, que conferem ajuda na montanha e já muita experiência a este nível

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