Como é apanágio das corridas femininas nestes grandes campeonatos, a prova de estrada das elites foi altamente anárquica e contou com movimentos importantes praticamente desde o quilómetro 0. Ainda antes de se entrar no tortuoso circuito em Glasgow já havia corredoras como Kata Vas, Juliette Labous, Ashleigh Moolman, Elise Chabbey ou Lizzie Deignan na frente e chegaram a ter mais de 30 segundos de vantagem. Bélgica e Holanda estavam presentes mas com ciclistas de menor escala e coube à Itália atacar para posteriormente fazer a ponte.

Ainda houve mais algumas tentativas de formar uma fuga e a entrada no circuito em Glasgow foi de loucos, a Austrália entrou na frente e logo na primeira volta houve 2 quedas, que afastaram Emma Norsgaard ou Sarah Roy. Foi ainda na primeira volta que se formou um grupo muito perigoso, com Marlen Reusser à cabeça, a suíça que desistiu no contra-relógio seguia com a sua colega Elise Chabbey, Cecilie Ludwig, Anna Henderson, Riejanne Markus, Soraya Paladin e Agnieszka Skalniak.




Já quase sem colegas, tiveram de ser em grande parte Liane Lippert e Lotte Kopecky a fechar o espaço. Elise Chabbey estava endiabrada, a suíça que já tinha estado nas 2 fugas anteriores aproveitou uma zona técnica para se afastar e ganhar 15 segundos face ao reduzido pelotão de 35 ciclistas.  A helvética foi esticando a diferença, passou para 1:20, no grupo estavam 4 holandesas e 5 italianas e mesmo assim não havia uma perseguição organizada. Foi na antepenúltima volta que a corrida rebentou por completo, finalmente a Holanda colocou esforço na perseguição e Lotte Kopecky lançou um forte ataque, que só van Vleuten, Vollering, Ludwig, Reusser, Deignan e Schweinberger conseguiram seguir.

Annemiek van Vleuten aproveitou para acelerar e ir à procura de Chabbey sozinho, uma ofensiva que obrigou Lotte Kopecky a fazer a ponte e a gastar muita energia. A 28 kms da meta Chabbey só tinha 17 segundos para este grupo e cerca de 1 minuto para um 3º grupo, liderado por Silvia Persico. A situação assim se manteve por alguns quilómetros, até à entrada da última volta, quando Kopecky e Vollering trocaram fortes ataques, o que teve o condão de alcançar a suíça Chabbey, enquanto isto Annemiek van Vleuten furava, na pior altura possível.




Lizzie Deignan usou toda a sua experiência para atacar quando menos se esperava, levou a austríaca consigo e Kopecky surpreendeu Vollering quando saiu à procura deste duo e de Reusser. Kopecky e Reusser chegaram à frente e obrigaram Vollering a uma dura perseguição. Quando a holandesa estava quase a colar tentou atacar e passar directa, mas sofreu caibras e teve dificuldade em responder quando Ludwig e Kopecky tentaram a sua sorte. A 5,5 kms da meta a belga atacou e deixou a dinamarquesa a pé, seguindo a solo para a glória, que teve tempo para saborear enquanto Vollering fazia uma boa recuperação para ultrapassar Ludwig em cima do risco de meta para conquistar a prata.

By admin