Um dos dias mais aguardados da Primavera saiu para a estrada bem cedo, com os ciclistas a partirem de Antuérpia ainda antes das 10 horas da manhã. Ainda nos primeiros quilómetros se formou a fuga, desta vez mais pequena que o normal, com Hugo Houle, Jesper Asselman, Damien Touzé e Kenneth van Rooy.



Pouco ou nada se passou nas primeiras 3 horas de prova, com a fuga a chegar a ter mais de 8 minutos, o que levou a Deceuninck-QuickStep e Jumbo-Visma a serem as equipas mais ativas na frente do pelotão. O único momento de relevo foi a queda e o abandono do vencedor do ano passado Niki Terpstra, ainda antes da primeira passagem pelo Oude Kwaremont.

A corrida animou a 100 quilómetros do fim, com a passagem pelo Kapelmuur, com o pelotão a partir-se mas a juntar-se alguns quilómetros depois devido ao trabalho de equipas como a Lotto-Soudal e AG2R.

Apesar de vários ataques, onde Matej Mohoric foi dos mais inconformados, o pelotão entrou compacto nos últimos 60 quilómetros. Aí, mais uma queda aconteceu, desta vez com Mathieu van der Poel a ser o único envolvido, indo de forma feia ao chão mas conseguindo montar a bicicleta pouco depois.



Nesta altura, já estavam na frente Sep Vanmarcke, Stijn Vandenbergh e Kasper Asgreen, a quem mais tarde, na passagem pelo Koppenberg, se juntou Dylan van Baarle. Esta fuga nunca teve mais de 20 segundos, para um pelotão onde os ataques eram constantes mas onde ninguém conseguia ganhar vantagem.

No Kruisberg viram-se os primeiros ataques entre os favoritos, com Bob Jungels a ser o primeiro a atacar, com Mathieu van der Poel a responder prontamente. Entre os favoritos, somente Zdenek Stybar ficou para trás, não aguentando os vários ataques entre os favoritos.

Faltava apenas a passagem pela dupla Kwaremont-Paterberg e na frente já só restavam Van Baarle e Asgreen, sendo que o antigo companheiro de fuga Vanmarcke era quem trabalhava no pelotão para Alberto Bettiol, reduzindo a diferença para 15 segundos à entrada da primeira subida.

Este trabalho levou ao ataque de Alberto Bettiol no Oude Kwaremont, sendo que foi o único ciclista capaz de ganhar vantagem para os seus adversários. O italiano via Greg van Avermaet ser o mais direto perseguidor no entanto o campeão olímpico não se conseguia aproximar do ciclista da EF Education First, que abriu uma vantagem de 18 segundos à entrada do Paterberg.



Na derradeira subida, voltou a ser Van Avermaet a impor um ritmo mais forte, com Van der Poel a passar para a frente apenas nos últimos metros. Estes 2 ciclistas e Naesen chegaram a ter uma pequena vantagem, mas o grupo voltou a juntar-se, sem que Bettiol perdesse a vantagem com que tinha entrado no Paterberg.

O grupo perseguidor não se organizava e Bettiol ganhava segundos atrás de segundos. Vários ciclistas tentaram atacar mas sem sucesso, com exceção de Kasper Asgreen que, já bem perto do quilómetro final, se conseguiu distanciar do grupo perseguidor. No final, Bettiol nem queria acreditar, conquistando o Tour de Flandres, a sua primeira vitória enquanto ciclista profissional. Asgreen chegava, pouco depois, para o 2º lugar, mesmo à frente do grupo perseguidor, onde Alexander Kristoff bateu Mathieu van der Poel pelo lugar mais baixo do pódio.




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