Dia de descanso da Vuelta e as equipas aproveitam para que os anúncios de transferências tenham mais algum protagonismo do que o normal, a Jumbo-Visma tentou fazer isso ao oficializar o segundo lote de reforços, depois de Dylan van Baarle e Wilco Kelderman há alguns dias.

A voz da experiência deste trio de reforços é o esloveno Jan Tratnik, uma transferência da qual já se falava há algum tempo, assinando contrato para as próximas 2 temporadas. Ciclista de 32 anos é alguém que é útil em todos os terrenos, anda muito bem em contra-relógios individuais, é um bom motor na montanha e até tem uma boa ponta final.



5 vezes campeão nacional (4 de contra-relógio e 1 de estrada), é um corredor enigmático e extremamente eficaz, como se viu pela exibição ontem na Bretagne Classic, onde esteve perto de surpreender os favoritos. Esteve as últimas 4 épocas na Bahrain, onde venceu no Tour de Romandie e 1 etapa no Giro e foi sempre uma peça fundamental nas Grandes Voltas, fez Giro em 2020, Giro e Vuelta em 2021, Giro e Tour em 2022. É uma contratação à imagem do que a Jumbo-Visma tem feito, alguém muito polivalente, capaz de andar bem em muitos terrenos, e com experiência a trabalhar para outros, parece-nos mais um tiro muito certeiro da formação holandesa.

Attila Valter é muito jovem (24 anos), mas já tem alguma experiência, com 3 Giro’s na bagagem, onde foi 27º em 2020, 14º em 2021 e 35º em 2022, com abordagens diferentes em todos os anos, em 2021 andou de rosa e tentou aguentar-se o melhor possível na geral, em 2022 andou mais à caça de etapas. Valter concluiu a formação na CCC e passou ao World Tour com a equipa polaca após uma excelente temporada de 2019 como sub-23, onde até ganhou 1 etapa na Volta a França do Futuro.

Depois da afirmação que foi a época passada talvez se esperasse um pouco mais do melhor ciclista húngaro da actualidade. Este ano tem sido pontuado por resultados muito bons (4º na Strade Bianche, 5º no Tour of the Alps) e por exibições algo discretas, como no Giro e nas corridas subsequentes. As boas marcas de Valter em algumas clássicas e em alguns sprints em grupos reduzidos talvez dê a ideia à Jumbo-Visma de colocar Valter a fazer algumas das clássicas das Ardenas, bem como 1 Grande Volta por ano, provavelmente o Giro. No entanto, o nível é tão elevado nesta equipa que, ou Valter melhora muito entretanto, ou irá ter um papel semelhante ao de Koen Bouwman ou Sam Oomen dentro das “abelhas”.



O mais novo dos reforços é o britânico Thomas Gloag, ciclista que em 2021 e 2022 esteve sob a égide da Trinity Racing e que é estagiário na Jumbo-Visma desde 1 de Agosto. Ciclista de apenas 20 anos de idade, ganhou recentemente 1 etapa na Volta a França do Futuro, num dia de loucos onde os sub-23 andaram a 44,5 km/h de média.

Tem um potencial tremendo e é preciso ver que as coisas não lhe correram nada bem este ano. Na temporada passada foi 3º na Ronde de l’Isard (ganha por Gijs Leemreize, uma das estrelas do Giro este ano) e 4º no Baby Giro (atrás de Ayuso, Johannessen e Vandenabeele), para além disso abandonou a Volta a França do Futuro quando era 6º à geral. Esta época foi muito mais inconstante, teve mais azares e mesmo assim conseguiu andar ocasionalmente com os melhores, é mais um trepador para a equipa neerlandesa, que ainda agora teve Archie Ryan, Johannes Staune-Mittet e Michel Hessmann a discutir a Volta a França do Futuro pelas respectivas selecções, o presente é brilhante e o futuro não é menos risonho para as “abelhas”.



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