Domingo de Páscoa e domingo de Paris-Roubaix! A Rainha das Clássicas estava aí e, bem cedo pela manhã, o pelotão saiu de Compiegne. Início a todo o gás, as tentativas de fuga era imensas e as quedas também foram aparecendo, de forma inevitável. Foi antes do primeiro setor de empedrado do dia que a fuga se formou, mais curta que o habitual, constituída por Juri Hollman, Sjoerd Bax, Jonas Koch e Derek Gee.



Jumbo-Visma e Alpecin-Deceuninck eram as equipas que mais trabalhavam na frente do pelotão e, desta forma, evitavam possíveis surpresas, com muitas quedas a acontecerem em momentos importantes, ficando nomes como Peter Sagan e Luke Rowe. Kasper Asgreen não caía mas tinha vários problemas mecânicos e atrasava-se várias vezes, gastando muita energia.

No setor 20, em Haveluy à Waller, acontecia a grande movimentação da corrida! Ainda a mais de 100 quilómetros do fim, Wout van Aert acelerava no pelotão e apenas Christophe Laporte, Mathieu van der Poel, Stefan Kung e John Degenkolb o conseguiam seguir. Logo de seguida estava o mítico Trouée d’Arenberg, Laporte furava e ficava para trás e, depois deste setor, vários corredores conseguiam fazer a ponte, sendo eles Jasper Philipsen, Gianni Vermeersch, Filippo Ganna, Max Walscheid e Laurenz Rex. No Trouée d’Arenberg, mais quedas, com Asgreen e o campeão em título Dylan van Baarle a ficarem afastados da luta.

Todas estas movimentações fizeram anular a fuga do dia, houve várias junções de grupo e a Alpecin-Deceuninck ficou com 3 ciclistas na frente. Atrás, a Jumbo-Visma estava muito combativa, atacava primeiro com Nathan van Hooydonck e depois com Laporte e Florian Vermeersch a chegarem ao belga, numa altura em que estavam a cerca de 1:30 do grupo da frente.



Rapidamente se chegou aos derradeiros 50 quilómetros e começou o festival de ataques de Van der Poel. O neerlandês atacou várias vezes, quer dentro dos setores de empedrado, quer fora deles, no entanto só serviu para eliminar os nomes menos fortes da frente. A corrida entrou numa fase mais calma, Van der Poel, Philipsen, Van Aert, Degenkolb, Kung, Ganna e Pedersen não se atacaram nos setores que se seguiram e tudo ficou guardado para Carrefour de l’Arbre.

Este foi um setor com muita história! Primeiro Degenkolb e Philipsen tocam-se o que leva o alemão ao chão, depois Van Aert isola-se e Van der Poel recupera e, no final do setor, o belga fura, é obrigado a trocar de bicicleta e deixa Van der Poel sozinho na frente com menos de 15 quilómetros por percorrer!



O neerlandês fugiu para a vitória, ninguém o conseguiu apanhar e, no velódromo de Roubaix celebrava o primeiro Paris-Roubaix da carreira. Em pano de fundo, Philipsen e Van Aert assistiram a tudo e lutaram pelo 2º lugar, com Philipsen a ser mais forte, dando a dobradinha à Alpecin-Deceuninck. Van Aert fechou o pódio na edição mais rápida de sempre do “Inferno do Norte”, numa média de 46.84 kms/h.

By admin