Dia para o segundo Monumento da temporada, a Ronde van Vlaanderen! Muita luta pela presença na fuga, mais de 50 quilómetros foram percorridos na primeira hora, mas foi nesse momento que Bert Van Lerberghe, David Dekker, Stanislaw Aniolkowski, Damien Touzé, Luke Durbridge, Elmar Reinders, Lionel Taminiaux e Jelle Vermoote conseguiram formar a fuga do dia. A Alpecin-Deceuninck controlou durante a primeira metade da corrida, antes dos ataques aparecerem.
111 quilómetros para o fim e primeiro ataque dos favoritos, com Matteo Jorgenson a mexer! Seguiu-se Mads Pedersen, a corrida estava diabólica, com a Visma | Lease a Bike a tentar mexer por todos os lados, com Tiesj Benoot e Dylan van Baarle a estarem muito ofensivos. Diferenças curtas, a Alpecin-Deceuninck arrepiou caminho e anulou a perigosa fuga e, a 86 quilómetros, depois da junção, Pedersen voltou a mexer.
O antigo campoeão do Mundo fugia na companhia de Gianni Vermeersch e, sendo o belga da Alpecin-Deceuninck, pouca ajuda Pedersen teve. A equipa de Mathieu van der Poel não deixou este duo ganhar muito espaço, sempre controlado de perto, nunca mais de 25 segundos e, à passagem do Oude Kwaremont havia junção. Tudo isto devido a um ataque de … Van der Poel. O campeão do Mundo testava-se uma primeira vez, chegou a estar ligeiramente isolado mas decidiu que ainda não estava na hora de atacar. O grupo dos favoritos estava cada vez mais reduzido, com o Paterberg a fazer-se sem movimentações.
Logo de seguida atacava Ivan Garcia Cortina. Atrás, uma dúzia de ciclistas, incluindo Van der Poel, Mohoric, Pedersen, Lazkano, Wellens, Politt, Skuijns e Jorgenson entreolhavam-se e permitiam a reentrada de outros como Matthews, Mozzato e Bettiol. O Koppenberg aparecia de seguida, com grande parte ciclistas meteram o pé no chão. Van der Poel atacava forte, com Jorgenson e Pedersen a passarem pouco depois, sendo que a dureza da subida obrigou muitos ciclistas a meterem o pé no chão. O norte-americano estava a menos de 10 segundos, só que entre subidas, Van der Poel voltou a acelerar e aumentou, e muito, a sua vantagem.
37 quilómeros para o final, passada nova subida, e Van der Poel tinha já 1 minuto de vantagem para o grupo perseguidor onde Jorgenson já se encontrava na companhia de Bettiol, Wellens, Cortina, Rex, Pedersen e Teuns. A locomotiva Van der Poel fez a sua corrida, irrepreensível, foi aumentando a vantagem com o passar dos quilómetros e das subidas e, no final, celebrou a 3ª vitória da carreira no Tour de Flandres, igualando o recorde de Achiel Buysse, Fiorenzo Magni, Eric Leman, Johan Museeuw, Tom Boonen e Fabian Cancellara.
A emoção da corrida nos quilómetros finais ficou reduzida à luta pelo pódio, com Bettiol e Teuns a destacarem-se em Hotond, ao passo que os restantes ciclistas foram sendo apanhados por um grupo onde estava … António Morgado! Estes dois grupos viam-se nos quilómetros finais e foi mesmo na reta da meta, já no sprint final que Bettiol e Teuns foram apanhados. A luta pelo pódio foi renhida, com Luca Mozzato a vencer o sprint à frente de Michael Matthews, que posteriormente foi relegado, entregando o 3º posto a Nils Politt. António Morgado foi 5º e conseguiu o melhor resultado de sempre de um ciclista português neste Monumento!