Domingo de Paris-Roubaix! O “Inferno do Norte” estava aí e, bem cedo pela manhã, o pelotão saiu de Compiegne, sem Dylan van Baarle, uma das grandes ausências que estava na lista de partida. Início a todo o gás, as tentativas de fuga era imensas e as quedas também foram aparecendo, de forma inevitável, com Jonathan Milan, Laurenz Rex, Nils Politt, Tim Merlier e Alberto Bettiol a serem alguns dos envolvidos. No meio de tudo isto, formou-se a fuga, com Kasper Asgreen a ser um grande nome na frente, estando na companhia de Per Strand Hagenes, Liam Slock, Gleb Syritsa, Dusan Rajovic, Rasmus Tiller, Kamil Malecki, Dries de Bondt e Marco Haller.



Alpecin-Deceuninck e Lidl-Trek fizeram uma marcação cerrada à fuga, a vantagem nunca chegou aos 2 minutos e, a 140 quilómetros do fim já não havia fuga. O Paris-Roubaix deste ano começou a decidir-se cedo, o pelotão estava já muito reduzido, não só devido ao ritmo elevado mas também devido às bordures. 25 setores ainda por percorrer e o pelotão já não podia ser chamado disso, apenas de grupo dos favoritos, já que tinha cerca de 25 ciclistas.

Os setores de empedrado foram passando mas foi na Floresta de Arenberg que voltou a existir seleção. Depois da passagem pela chicane, Mads Pedersen assumiu o comando do grupo mas foi o ritmo de Mathieu van der Poel a selecionar a corrida, ficando na frente Pedersen, Van der Poel, Philipsen e Mick van Dijke. Philipsen tinha um furo e tudo isto voltava a fazer com que a corrida acalmasse quando o belga foi forçado a trocar de bicicleta. Quando Philipsen estava a regressar, Pedersen furava e a corrida voltava a entrar num impasse. Kung, Politt e Vermeersch atacavam e, atrás, o grupo de Pedersen conseguia recolar no grupo de Van der Poel.



Este trio ainda esteve na frente alguns setores mas as diferenças nunca eram muito grandes e, a 69 quilómetros do fim, havia nova junção de grupos. 9 quilómetros passados e aconteceu o inevitável ataque, no setor de Orchies! Mathieu van der Poel decidiu que estava na hora de arrancar e lá ia o campeão do Mundo em novo solo épico. Ninguém o conseguia seguir e, com o passar dos quilómetros e dos setores de empedrado a sua vantagem ia aumentando consideravelmente. Atrás formava-se um grupo com Pedersen, Kung, Philipsen, Pithie e Politt, sendo que Pithie caía a 30 quilómetros do fim e ficava de fora da luta do pódio. Nesse momento, Van der Poel já tinha mais de 2 minutos de vantagem!

Se na frente, Van der Poel estava cada vez mais distante, no grupo perseguidor a organização terminou a 12 quilómetros do fim, com um ataque de Philipsen no setor de Gruson. Kung foi a vítima, reduzindo a luta pelo pódio a 3.

Nada nem ninguém parou Van der Poel até ao velódromo de Roubaix! Triunfo épico para o campeão do Mundo, na edição mais rápida de sempre, num dos ataques mais longínquos das últimas décadas. Depois de Peter Sagan um campeão do Mundo voltou a vencer em Roubaix. A 3 minutos, Philipsen voltou a dar a dobradinha à Alpecin-Deceuninck, superando Pedersen e Politt. António Morgado foi 87º a 15:03.

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