Matteo Jorgenson tem tido uma ascensão meteórica em 2023, o norte-americano da Movistar continuou a sua evolução e subida nos rankings e praticamente ainda não meteu um passo em falso nesta época. Tudo começou com a estreia a ganhar como profissional no Tour of Oman, onde para além de uma etapa também arrecadou a classificação geral. Fez um Paris-Nice muito consistente terminando no 8º posto antes de dar nas vistas nas clássicas onde foi 4º na E3 e 9º no Tour des Flandres e Jorgenson não perdeu o gás na Romândia, foi 2º no contra-relógio e só uma belíssima exibição de Adam Yates na subida de Thyon 2000 lhe retirou a vitória final.

O corredor que vai fazer 24 anos em Julho termina contrato com a Movistar no final de 2023 e o que já mostrou este ano faz dele um dos alvos mais apetecíveis deste mercado. Já havia rumores, rumores que foram reforçados no passado dia 29 de Abril quando o HLN Sport (que muito raramente se engana no mercado de transferências) noticiou que Matteo Jorgenson estará a caminho da…Jumbo-Visma!




Aparentemente este movimento de mercado não faz muito sentido porque fecha algumas portas de liderança a Jorgenson, no entanto o norte-americano encaixa-se no tipo de ciclistas que a formação holandesa tem definido como alvo: corredores muito polivalentes, que podem obter resultados em todo o tipo de terrenos. Muito inteligente, bom nas clássicas e nas provas por etapas, capaz de dar uma perninha nos contra-relógios, um pouco a fazer lembrar Tiesj Benoot. Das contratações dos últimos anos podemos também encaixar neste perfil de ciclista polivalente Jan Tratnik, Dylan van Baarle, Attila Valter e mesmo Rohan Dennis.

Nos casos de van Baarle, Bennot e até Laporte dizia-se o mesmo, que com a presença de van Aert, Roglic e Vingegaard, muitas portas se iriam fechar, e tal não se tem verificado. A entrada numa super-potência como a Jumbo-Visma abre algumas portas em cenários de superioridade numérica e faz a diferença em termos organizativos e de material. Isto pode ser o início de uma espécie de renovação dentro da estrutura holandesa, Tobias Foss está claramente de saída, Sepp Kuss tem fragilidades óbvias quando discute provas de 1 semana, Steven Kruijswijk também termina o corrente contrato em 2023 e Rohan Dennis vai-se retirar. Não vejo Jorgenson como um grande voltista, mas sim como um líder em algumas provas de 1 semana retirando pressão sobre Roglic e Vingegaard, bem como uma alternativa sólida em algumas clássicas, não é um ciclista qualquer que faz top 10 no Tour des Flandres.

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