Num ano marcado por uma trágica notícia, a equipa belga acertou na grande contratação que fez, já que rendeu à equipa importantes triunfos.
Os dados
Vitórias: 23 triunfos, 10 deles obtidos por Caleb Ewan.
Pódios: 70 pódios, de Janeiro a Outubro, revelando que a equipa andou bem durante toda a temporada.
Dias de competição da equipa: 270 dias de competição.
Idade média do plantel: 28.5 anos, muito influenciados por 3 ciclistas com mais de 35 anos.
Mais kms: o incansável Thomas de Gendt, com 14 539 quilómetros.
Melhor vitória: Qualquer vitória de Caleb Ewan no Tour de France se destaca no entanto sobressai o triunfo nos Campos Elísios, um local onde todos os homens rápidos querem ganhar.
O mais
É caso para dizer que a mudança de ares fez bem a Caleb Ewan. Na sua estreia na equipa belga, o “Pocket Rocket” subiu o nível e atingiu um patamar nunca antes visto, somando um total de 10 triunfos, incluindo 3 no Tour e 2 no Giro, sendo que só dois triunfos não foram no World Tour e mesmo assim tinha concorrência de peso. O seu comboio com Jasper de Buyst e Roger Kluge demorou a carburar, mas quando ficou bem oleado ninguém parava o pequeno australiano.
Tim Wellens continua o mesmo de sempre. Entrou, como tem habituado, forte na temporada, nas provas espanholas, somando logo 3 triunfos até ao dia 20 de Fevereiro. Adora a chuva e isso ajuda no seu rendimento. Combativo nas clássicas, ainda conseguiu alguns resultados de relevo antes de um Tour onde andou sempre ao ataque, liderou a montanha durante grande parte da prova, perdendo apenas na parte final. Acabou a temporada a ganhar no BinckBank Tour, onde foi 3º, tendo também aparecido nas clássicas do Canadá.
Tiesj Benoot deixou de ser apenas um corredor de clássicas, evoluindo bastante na montanha. 5º na Strade Bianche e na Dwars door Vlaanderen, 9º no Tour de Flandres, contrasta com o 4º lugar na dura Volta a Suíça, 6º na Tre Valli Varesini e 4º na Milano-Torino. Depois do Tour, Jasper de Buyst esteve incrível, ao ser 5º na Volta a Dinamarca, 3º no Tour of Britain, Primus Classic e GP Wallonie. Muito mais que um sprinter. Menção a Carl Frederik Hagen que na sua estreia no World Tour e em Grandes Voltas acabou a Vuelta em 8º. Por fim, falar do malogrado Bjorg Lambrecht, falecido na Volta a Polónia e que estava a realizar uma excelente temporada.
O menos
Não houve grandes desilusões na equipa belga. Todos os grandes ciclistas andaram ao seu nível no entanto há sempre algumas segundas figuras que podiam e tinham qualidade para mais e melhor. Jelle Vanendert costuma aparecer sempre nas provas belgas e nas clássicas das Ardenas mas em 2019 isso quase não aconteceu. A idade já começa a pesar. O também muito veterano Tomasz Marczynski foi uma pequena desilusão. Sempre combativo, apareceu apenas no final da temporada em algumas fugas mas foi pouco para a qualidade que o polaco ainda apresenta.
O mercado
Um virar de página na Lotto Soudal. A maioria do bloco belga está de saída, 7 de uma vez só (Maxime Monfort, Jelle Vanendert, Enzo Wouters, Lawrence Naesen, Victor Campenaerts, Jelle Vanendert, Tiesj Benoot e Jens Keukeleire)! A juntar a estes nomes também Adam Blythe sai de cena. De todas as saídas, Campenaerts e Benoot vão ser as mais sentidas, o primeiro não só pelo contra-relógio mas também pela melhoria que apresentava nas provas por etapas com pequenas dificuldades, já o segundo pelo grande líder que se estava a tornar.
A grande contratação para 2020 é nada mais, nada menos que Philippe Gilbert, o campeoníssimo belga que tem como grande objetivo de carreira conseguir os 5 Monumentos no seu palmarés. Trata-se de um regresso à equipa onde conseguiu os melhores resultados da carreira. Também para as clássicas chega John Degenkolb, longe dos seus tempos áureos (quando venceu Milano-Sanremo e Paris-Roubaix) mas ainda uma séria ameaça, ele que também será um dos sprinters de serviço.
Para a montanha e terreno mais duro, foram contratados os jovens Steff Cras, Stefano Oldani, Matthew Holmes e Kobe Goossens. São corredores com resultados nos escalões mais jovens que procuram a sua afirmação entre a elite. Jonathan Dibben está de regresso ao World Tour, depois de um ano no escalão Continental. Um ciclista de equipa, principalmente um rolador que se destaca nas clássicas.
O que esperar em 2020?
Caleb Ewan subiu muito o nível este ano, vamos ver se conseguirá manter a fasquia tão alto em 2020. Voltará a apostar no Tour, sendo que não é de descartar que possa vencer um Monumento. Por falar em Monumentos, Philippe Gilbert vai centrar a sua temporada na Milano-Sanremo, a única grande clássica que lhe falta no palmarés. Acreditamos que continuará muito regular, sendo um perigo para caçar etapas nas Grandes Voltas. John Degenkolb será uma alternativa a ambos os ciclistas já referidos.
Tim Wellens continuará com um calendário idêntico, é sempre muito regular e esperamos mais uma temporada ao mesmo nível. Entrada em grande nos primeiros meses de 2020 para depois voltar a aparecer nas clássicas e provas de uma semana. Estamos curiosos para saber se Carl Frederik Hagen vai continuar a sua evolução enquanto ciclista para as provas por etapas.Relativamente aos jovens, muita atenção a Stan Dewulf.