Foi uma temporada bastante positiva para os comandados de Jonathan Vaughters, não houve propriamente uma grande figura que se destacasse, mas valeu pelo colectivo. Um total de 9 ciclistas somou vitórias não obstante a época encurtada e as Grandes Voltas também foram um sucesso, com 5 triunfos divididos pelo Giro, Tour e Vuelta.



 

Os dados

Vitórias: 17 triunfos, 6 deles em Grandes Voltas, obtidos por 9 ciclistas diferentes

Pódios: 42 pódios, 21 deles no World Tour, um número muito bom

Dias de competição: 133 dias de competição, não foi das equipas que competiu mais

Idade média do plantel: 28,4 anos, muita juventude, mas também alguns ciclistas acima dos 33 anos, este número deverá diminuir em 2021

Mais kms: O experiente Tejay van Garderen com 8618 kms

Melhor vitória: Pode não ter sido a mais experiente, mas a que nos trouxe mais emoção e felicidade foi a de Ruben Guerreiro no Giro.

 

O mais

Afirmação definitiva a este nível para Daniel Martinez, vencedor do Criterium du Dauphine e vitorioso na 13ª etapa do Tour, o colombiano é uma grande esperança para o futuro, a sua polivalência vale sucessos, o facto de se defender nos contra-relógios torna-o um nome muito interessante para as Grandes Voltas. Por falar em afirmação, o que dizer de Hugh Carthy? Depois de estar relativamente discreto do Tour apareceu em grande na Vuelta para vencer no Angliru e terminar em 3º da geral, um resultado histórico para esta estrutura.



Sergio Higuita começou muito bem a época com vitórias no Tour Colombia 2.1 e 3º no Paris-Nice, mas depois teve quedas atrás de quedas e foi obrigado a abandonar alguns dos objectivos. Ruben Guerreiro foi eficaz e teve a maior vitória da carreira num grande momento para Portugal, Magnus Cort provou novamente que é dos melhores sprinters a subir e Michael Woods apostou nas etapas e a aposta foi mais que ganha.

 

O menos

Não houve grandes desilusões, até porque o plantel em certas áreas era relativamente curto, as a equipa de clássicas não esteve a top, tanto Sep Vanmarcke como Jens Keukeleire não foram protagonistas e mesmo a temporada de Rigoberto Uran foi algo curta, o colombiano ainda foi 8º no Tour, mas premiou pela regularidade e não pelo brilhantismo.

 

O mercado

De um modo geral o mercado não foi nada famoso para a EF Pro Cycling, que viu uma base grande sair. Michael Woods deixa a equipa que o levou para a ribalta do ciclismo, Tanel Kangert deixa um vazio nas Grandes Voltas, Simon Clarke e Sep Vanmarcke também saem e levam com eles muitas vitórias e experiência. Mas pior, Daniel Martinez, uma das pérolas, vai sair para a Ineos, logo um dos corredores que Vaughters tem depositado mais expectativas e apostado mais. Das restantes saídas (Bennett e Halvorsen confirmados, Docker, Villalobos e Caicedo sem contrato ainda) nenhum é do bloco central da equipa.



Em relação aos reforços, as entradas de Beppu e Nakane só se podem justificar com o ingresso da Nippo, um patrocinador japonês. Arroyane e Camargo fala-se que são grandes talentos no ciclismo colombiano, mas são 2 tiros no escuro sem grandes referências. Will Barta é um talentoso contra-relogista que esteve muito perto de ganhar na Vuelta e Michael Valgren é o reforço com mais pedigree ao mais alto nível, o único com vitórias de relevo e que falta fazia ao bloco das clássicas.

 

O que esperar de 2021?

Quando se perde qualidade do plantel será complicado fazer melhor, dá a sensação que a equipa perdeu alguma consistência e que o colectivo se vai ressentir, a época poderá ser salva por individualidades e nesse sentido aparecem à cabeça Hugh Carthy e Sergio Higuita nas provas por etapas. A questão é que o pódio de Carthy aconteceu numa Vuelta perfeita para ele em tudo, o britânico ainda tem algumas dificuldades de colocação e isso muitas vezes custa corridas. Já Higuita tem de afastar os azares e tem tudo para ter uma grande época, até colocar Uran numa posição secundária hierarquicamente. Para as clássicas o bloco é forte e consistente (Bettiol, Valgren, Langeveld, Keukeleire, Hofland) e contará com o grande talento de Stefan Bissegger, um nome a ter muito em conta. Parece faltar algum apoio a Carthy, Uran e Higuita na montanha a menos que se coloque toda a lenha no assador e Ruben Guerreiro pode ter bastante liberdade das clássicas e provas de 1 semana.



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