A formação francesa teve o melhor ano em termos de triunfos desde que ingressou na categoria das equipas World Tour. Esteve envolvida na luta pela manutenção, mas um bom final de época salvou os pupilos de Cédric Vasseur.
Os dados
Vitórias: 19 vitórias, 2 delas no escalão World Tour.
Pódios: 64 pódios, sendo que os meses de Fevereiro e Junho foram os mais fortes.
Dias de competição da equipa: 305 dias, calendário muito preenchido da equipa, temos de recuar até ao ano de 2008 para vermos um número semelhante de dias competitivos.
Idade média do plantel: 29,6 anos. Muitos ciclistas acima dos 30 anos, com José Herrada a ser o mais velho, com 37 anos.
Mais kms: 14103 km feitos por Davide Cimolai.
Melhor vitória: Triunfo de Jesús Herrada na etapa 7 da Vuelta.
O mais
Começamos com os homens que se comportaram melhor em provas por etapas. O primeiro nome a destacar é o de Benjamin Thomas. O francês fez a sua melhor temporada de sempre como profissional. Destacou-se muito nas provas de uma semana e demonstrou que pode ser um nome a ter em conta para lutar pelas mesmas. Se tiver um contrarrelógio pelo meio, então, Thomas irá gostar ainda mais. Começou a temporada muito bem, com uma vitória na Etoile de Bessèges, geral e a etapa 3. Em maio, terminou em quarto lugar na 4 Jours de Dunkerque e venceu a geral da Boucles de la Mayenne e a etapa dois, uma prova com quatro etapas. Na segunda metade do ano conseguiu terminar no 4.º lugar da geral no Tour Poitou e no 8.º posto do Skoda Tour do Luxemburgo. Ainda fez boas exibições nas clássicas francesas de final de ano. Os seus resultados no WorldTour não são muitos, mas no que toca a provas caseiras e da categoria.Pro, Thomas tem muito para dar.
Guillaume Martin continua a ser a principal arma da equipa para provas de três semanas e, acima de tudo, para provas por etapas. Prova disso são os resultados que conseguiu alcançar: 3.º no Tour dos Alpes, 9.º no Paris-Nice, 8.º na Volta à Catalunha, 14.º no Giro, 10.º no Tour de Wallonie, 8.º no Tour du Limousin e uma série de bons resultados nas clássicas italianas e francesas. Venceu a geral do Tour de l´Ain e a etapa dois. Amealhou muitos pontos para a equipa e ajudou a fugir aos lugares da descida.
Uma das maiores subidas de rendimento, em 2022, foi proporcionada por Simone Consonni. Esteve muito bem como principal arma nos sprints. Fez 17 top dez e venceu a Classique Paris-Chauny, à frente de Dylan Groenewegen. Mostrou-se bem tanto em sprints em pelotão compacto como em clássicas mais complicadas e com grupos com menos unidades.
Outro dos nomes em destaque foi o de Axel Zingle. Para muitos um desconhecido. Tem apenas 23 anos e fez a sua melhor temporada. Venceu a clássica La Route Adélie de Vitré, a primeira etapa na Arctic Race of Norway e a Famenne Ardenne Classic. Andou bem em várias clássicas belgas. O francês sprinta bem em grupos reduzidos e gosta de percursos com pequenos topos para fazer diferenças.
O menos
Esperava-se mais do espanhol Ion Izagirre. Fez 6.º no Gran Camiño, 7.º no Paris-Nice e 2.º lugar na Volta ao País Basco, vencendo a etapa seis da prova. Na segunda metade da época terminou no sexto posto do Tour Poitou. Mas ficou a saber a pouco pelo que já vimos de Izagirre. Os seus bons desempenhos nas gerais foram obtidos por via de eliminação dos adversários, nunca esteve em clara evidência de lutar pelos lugares cimeiros, à exceção da Volta ao País Basco.
Em estreia na Cofidis, não se pode dizer que Bryan Coquard tenha estado mal mas do francês espera-se sempre um grande ano, que finalmente consiga subir o nível, mas aos 30 anos parece que isso não vai acontecer. Conseguiu 3 vitórias, todas em França, só que quando chegava a competição do World Tour pecava sempre pela colocação, o que o impedia de melhores resultados (veja-se a última Vuelta).
O mercado
Ao contrário do que aconteceu em 2022, este ano não o plantel não irá sofrer muitas mexidas. De saída estão Tom Bohli, Szymon Sajnok, Davide Villella, Sander Armeé e Kenneth Vanbilsen, entrando apenas 4 nomes. Após ter estado como estagiário no final desta temporada, Harrison Wood agarrou o lugar e assina por dois anos, tal como o jovem Axel Mariault.
Os nomes mais importantes são o belga Christophe Noppe, será um importante ciclista de trabalho não só nas clássicas mas também para a preparação do sprint, e o espanhol Jonathan Lastra. Pela primeira vez sai de Espanha, o ambiente será novo mas tem no calendário francês uma boa oportunidade para conseguir excelentes resultados.
O que esperar em 2023?
Com tão poucas mexidas no plantel para a próxima temporada, 2023 deverá ser um ano em tudo idêntico ao que agora termina. Guillaume Martin continuará a ser o fiel da balança nas provas de montanha, sempre combativo e à procura de aproveitar as oportunidades que lhe apareçam. Ion Izagirre tem que ser mais regular, Victor Lafay e Remy Rochas podem surpreender nas provas de menor dimensão.
Bryan Coquard continuará a ser a aposta para os sprints, o gaulês tem que começar a colocar-se melhor ou confiar mais no seu comboio, caso contrário Simone Consonni continuará a ganhar o seu espaço. Max Walscheid também pode ser uma alternativa só que o seu foco deve ir para as clássicas, onde este ano esteve bastante bem. Jesus Herrada e Benjamin Thomas são sempre regulares e Axel Zingle vai tentar confirmar a grande temporada que teve, poderá ser uma peça importante no calendário francês.
Por: André Antunes