Ano de altos e baixos para os comandados de Eusébio Unzué que, no meio da temporada, chegaram a estar na luta pela manutenção no World Tour. Um final de época fabuloso levou a equipa telefónica a outros voos. 2023 terá Nelson Oliveira e Ruben Guerreiro no seu plantel.



Os dados

Vitórias: 19 triunfos, apenas um conseguido no World Tour, por Carlos Verona no Dauphine.

Pódios: 64 pódios, um número bastante considerável e que mostra que, com alguma sorte, as vitórias poderiam ter sido mais.

Dias de competição da equipa: 248 dias de competição, um número maior que o normal, visto que a equipa esteve envolvida na luta pela manutenção.

Idade média do plantel: 28,7 anos, uma equipa já envelhecida mas onde a presença do “quarentão” Alejandro Valverde faz subir, e muito, a média.

Mais kms: Na época de despedida, Alejandro Valverde ultrapassou os 12 750 kms.

Melhor vitória: Poderíamos ir pela categoria e pelo triunfo de Verona no Dauphiné, no entanto vamos apelar mais à emoção e à derradeira bala de Alejandro Valverde na 3ª etapa do Gran Camiño.

 

O mais

Alejandro Valverde despediu-se do ciclismo com mais uma grande temporada, foi a tábua de salvação no início do ano, quando venceu o Trofeo Andratx e o Gran Camiño e ainda foi 2º na Strade Bianche e Fleche Wallonne. Fez o Giro e a Vuelta, onde somou alguns top-10, antes de aparecer nas clássicas italianas, despedindo-se com um 6º lugar na Lombardia. El Bala vai deixar saudades!

Enric Mas sempre primou pela regularidade, estava a fazer um ano razoável mas também com muito azar, quedas em alturas decisivas levaram-no até à Vuelta apenas com dois top-10 em gerais. Chegou à Vuelta e voou, perdendo apenas para Remco Evenepoel e levou essa forma para Itália, onde foi 2º na Lombardia e venceu o Giro dell’Emillia.



Ivan Sosa apareceu em provas menores, somou pontos importantes com vitórias nas Astúrias e em Langkawi, mas a sua irregularidade continua a estar lá. Os puncheurs Alex Aranburu e Gonzalo Serrrano apareceram na segunda metade do ano, foram importantes para a salvação, com triunfos no Tour du Limousin e Tour of Britain respetivamente. Ivan Garcia Cortina fez um calendário, um pouco estranho, apareceu em algumas clássicas, mais que em anos anteriores, conseguindo um triunfo mesmo a fechar a temporada. Max Kanter conseguiu um total de 29 top-10, era o grande sprinter da equipa, faltou a vitória para colocar a cereja no topo do bolo.

 

O menos

A idade já começa a pesar em Gorka Izagirre, o basco já está longe de ser um perigo em fugas e em finais com alguma inclinação, esperava-se mais no seu regresso à Movistar. Também Oscar Rodriguez não teve a melhor das estreias pela formação espanhola, vinha como um reforço para o bloco de montanha mas só apareceu a espaços.

Gregor Muhlberger voltou a ter um ano para esquecer, desde que chegou à formação espanhola o austríaco não conseguiu render como esperado e 2022 não foi exceção, onde apenas somou um top-10. Abner Gonzalez foi uma revelação em 2021, principalmente para nós portugueses pelo que fez na Volta a Portugal, só que este ano não conseguiu, pelo menos, atingir os mesmos resultados, estagnou na sua evolução.

 

O mercado

Ano de muito poucas mexidas na Movistar, saem apenas 2 ciclistas e entram 3. Alejandro Valverde termina a sua enorme carreira e Iñigo Elosegui irá para a Kern Pharma. As contratações são poucas mas podem ter impacto imediato. Primeiro falamos, claro está, do português Ruben Guerreiro, chega após uma enorme temporada e em busca de oportunidades de liderança.



Longe de ser uma equipa tradicional no sprint, Fernando Gaviria foi contratado para reforçar este departamento, talvez a última grande chance que o colombiano terá no World Tour para mostrar o seu nível. A pensar no futuro, chega o jovem Ivan Romeo, um ciclista todo-o-terreno.

 

O que esperar em 2023?

Com a reforma de Alejandro Valverde, Enric Mas assegura o estatuto de grande líder da equipa espanhola. Após um 2022 que terminou em grande nível, Mas terá que levar o bom momento para a nova temporada e confirmar que é um dos melhores do Mundo quando a estrada inclina.

Ruben Guerreiro terá as suas oportunidades, o português já disse que quer ir ao Giro e fazer as clássicas das Ardenas, onde deverá ser dos ciclistas mais protegidos mas também o vemos a ser braço direito de Enric Mas em algumas provas, a Movistar não tem um bloco de montanha assim tão forte. Nesse bloco destacamos, Ivan Sosa, Carlos Verona e Antonio Pedrero. Matteo Jorgensen é um ciclista muito completo, está a evoluir muito bem, pode ser uma das confirmações de 2023.



Alex Aranburu e Gonzalo Serrrano têm tudo para formar um duo perigoso nas semi-clássicas, mas a irregularidade de ambos tem sido falta, algo que também tem afetado Ivan Garcia Cortina. Os sprints estarão a cargo de Max Kanter e Fernando Gaviria, veremos como será o calendário de ambos e se o germânico terá alguma prioridade por já estar há mais tempo na equipa.

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