Uma temporada bem razoável por parte dos comandados de Marc Madiot, com Thibaut Pinot a brilhar no Tour e Arnaud Demare a desiludir nas clássicas. A opção para 2020 foi a estabilidade numa formação que tem em David Gaudu uma esmeralda por limar.
Os dados
Vitórias: 19 vitórias, 13 delas em território francês e 4 delas no World Tour. Sarreau, Demare e Pinot ganharam 5 corridas cada um
Pódios: Imensos, 49 no total.
Dias de competição da equipa: Uma equipa que competiu muito, 249 dias ao todo.
Idade média do plantel: 28,3 anos, inflacionados pelos 11 corredores acima de 30 anos.
Mais kms: Olivier Le Gac foi o maratonista com 12471 kms
Melhor vitória: O triunfo de Thibaut Pinot no Tourmalet depois de um estupendo trabalho de David Gaudu, com os festejos de Marc Madiot a acompanhar foi um momento épico da temporada
O mais
É verdade que se analisarmos puramente os números Thibaut Pinot fez menos pontos que eu 2018, mas a temporada foi genial e o que fez no Tour foi muito especial. Foi 4º no Tour de la Provence, ganhou o Tour do Haut Var, 5º no Tirreno-Adriatico, vence o Tour de l’Ain, faz 5º no Criterium du Dauphine antes de ganhar 1 etapa no Tour e abandonar ao 19º dia quando parecia encaminhado para um pódio final. Depois foi obrigado a parar para recuperar da lesão.
Foi a época de afirmação do super-talentoso David Gaudu, aos 23 anos faz 3º no UAE Tour, 6º na Liege-Bastogne-Liege, 5º no Tour de Romandie e ainda faz 13º no Tour mesmo dando tudo para ajudar Pinot. Não é segredo que gostámos muito da época de Stefan Kung, não só pelo que fez nos Mundiais, mas pela sua consistência, faz 3º na Volta a Eslováquia, 8º no BinckBank Tour, vence no Algarve e na Romândia, faz 11º no Paris-Roubaix, não é só um contra-relogista. Por fim nota para a evolução de Marc Sarreau, que ganhou 5 corridas e fez um total de 11 pódios, um dos nomes a ter em conta no sprint para 2020.
O menos
Esteve longe de ser uma época brilhante para os parâmetros de Arnaud Demare, em 2018 e em anos anteriores tinha estado muito melhor, principalmente nas grandes provas. O francês triunfou em 5 corridas, mas somente 1 delas foi no World Tour, na 10ª etapa do Giro. De resto ganhou em provas por etapas com uma categoria menor e falhou rotundamente nas grandes clássicas, onde era a maior aposta da equipa. A aposta da equipa no Tour em Thibaut Pinot foi justificada pela exibição de Pinot e veremos se Demare não fica outra vez de fora do Tour este ano.
A nível mais interno houve uma descida no nível de resultados de Anthony Roux também, campeão nacional de estrada e no pódio de grandes clássicas em 2018, em 2019 o gaulês só marcou presença no pódio por 1 vez.
O mercado
Foi uma das equipas que menos se mexeu neste defeso. Benoit Vaugrenard e Steve Morabito retiraram-se e Daniel Hoelgaard voltou para uma equipa norueguesa. Entram o mesmo número de ciclistas, 3, dois eles provenientes de equipas de formação: Simon Gugliemi e Alexys Brunel da equipa Continental da Groupama-FDJ e Fabien Lienhard da IAM Excelsior.
O que esperar em 2020?
Thibaut Pinot colocou as expectativas muito altas depois da sua exibição no Tour e em 2020 deverá querer repetir o feito, desta vez com uma melhor conclusão. Com isto tudo Arnaud Demare perdeu algum protagonismo e em 2020 ou aparece realmente bem nas clássicas ou vai continuar a descer na hierarquia interna. Com os resultados que conseguiu duvidamos que Stefan Kung tenha de trabalhar nas clássicas para o francês, sendo lançado de longe regularmente. Resta saber o calendário e as oportunidades que os talentosos David Gaudu e Marc Sarreau terão, Marc Madiot vai querer que Gaudu ajude Pinot, mas o gaulês de 23 anos merece ainda mais chances. Em relação aos jovens estamos curiosos para ver a evolução de Benjamin Thomas e Valentin Madouas.