A equipa árabe trocou os seus líderes principais, é verdade que não somou tantos triunfos, no entanto nas alturas decisivas os seus corredores não falharam, estando sempre entre os melhores.



 

Os dados

Vitórias: 9 triunfos, dois deles conseguidos no World Tour

Pódios: 36 pódios, 9 no World Tour que, em caso de vitória, podiam ter dado outro brilhantismo à época

Dias de competição: 166 dias, um calendário muito variado, com muitas corridas para todo o plantel

Idade média do plantel: 29,7 anos, fruto dos muitos trintões da equipa, 5 deles com mais de 35 anos

Mais kms: Pello Bilbao fartou-se de pedalar antes e após a paragem, fazendo 11 215 kms

Melhor vitória: a vitória de Jan Tratnik no Giro d’Italia foi fabulosa, mas o triunfo de Ivan Garcia Cortina, na etapa 3 do Paris-Nice tem um sabor especial, com o espanhol a derrotar alguns dos melhores sprinters do Mundo.

 

O mais

À procura de liderança isolada, Mikel Landa reforçou a Bahrain-McLaren e conseguiu ver o seu desejo cumprir-se. O basco nunca foi um ganhador, este ano não levantou os braços, mas a regularidade este presente. Meteu a sua equipa a trabalhar muitas vezes e, no final, foi 3º na Vuelta a Andalucia, 2º na Vuelta a Burgos e 4º no Tour de France. Quando se pedia, Landa estava lá, sempre com o seu espírito combativo.



Pello Bilbao não se cansou em 2020 e, para além de muito trabalho para os seus líderes, também aproveitou as suas oportunidades. Após ter sido campeão nacional de contra-relógio e ter trabalhado para Landa no Tour (onde foi 16º), foi ao Giro fazer um brilhante 5º lugar, o melhor da sua carreira em 3 semanas. Damiano Caruso foi um gregário de luxo e ainda foi a tempo de fazer 10º no Tour e vencer o Circuito Getxo. Na Vuelta, foi Wout Poels a dar nas vistas, acabando em 6º, uma prova onde foi de menos a mais. Ivan Cortina venceu no Paris-Nice, esteve perto mais vezes, sempre muito combativo, o espanhol não desiludiu. Sonny Colbrelli ganhou na Route d’Occitanie, somou alguns top-10, menos que noutros anos, mas mostrou bastante qualidade no final do ano. Hermann Pernsteinner voltou a ser muito regular.

 

O menos

Dylan Teuns até começou bem a temporada, foi 5º na Volta a la Comunitat Valenciana e na Vuelta a Andalucia, mas a paragem foi horrível para o belga que nunca mais se encontrou, fazendo uma segunda metade de ano horrível, falhando em quase toda a linha.



Phil Bauhaus abriu a temporada a todo o gás, vencendo no Saudi Tour, o que só por si já é um upgrade em relação a outras temporadas mas o alemão tem qualidade para mais e melhor e continua sem confirmar o seu potencial. Matej Mohoric é sempre um perigo mas em 2020 não foi tão letal como noutros anos, falhando nos seus “tiros”. Mark Padun   teve alguns laivos da sua qualidade no Giro mas teve um ano de estagnação, não conseguindo confirmar o que tinha vindo a fazer anteriormente. Mark Cavendish voltou a passar ao lado de uma temporada.

 

O mercado

Poucas mexidas na equipa árabe, que mantém as grandes figuras e vê sair, na sua maioria, corredores que pouco acrescentavam, colmatando-os com reforços cirúrgicos, mas de relevo. O contingente esloveno fica mais curto com as saídas de Grega Bole e Luka Pibernik. Mark Cavendish e Enrico Battaglin estavam longe do seu melhor sendo que Ivan Garcia Cortina é a única perda considerável, este para a Movistar.

Jack Haig foi o primeiro reforço a ser anunciado, um trepador de grande qualidade que será líder em algumas provas e, nos grandes objetivos será um gregário de luxo para Mikel Landa. Mais recentemente, foram anunciados os jovens Gino Mader e Jonathan Milan. O primeiro é mais um trepador, este ainda à procura da confirmação, após o ano de estreia no World Tour. Milan tem apenas 20 anos, é um especialista de pista, um corredor possante e muito bom contra-relogista.



 

O que esperar de 2021?

As mexidas foram poucas, a pensar em estabilidade e é isso que a equipa árabe pretende. Mikel Landa continuará a ser a aposta máxima no Tour de France, com o basco a pretender fazer outra Grande Volta. Apoiado em Jack Haig, Pello Bilbao, Wout Poels e Hermann Pernsteiner, Landa poderá conseguir excelentes resultados, com estes quatro a puderem brilhar noutras provas, pois também dão muitas garantias.

Sonny Colbrelli será o grande líder não só nos sprints mas também nas clássicas, o italiano quer apostar forte no empedrado, veremos como serão os seus resultados. Para as clássicas do asfalto e provas de uma semana com alguma dureza, Dylan Teuns tem que voltar aos bons momentos, tem qualidade para muito e grandes exibições. O mesmo podemos dizer de Matej Mohoric. Os jovens Gino Mader e Mark Padun têm um enorme potencial, com um calendário acertado poderão conseguir resultados muito interessantes. Olho, ainda, em Santiago Buitrago.



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