Criterium du Dauphine 2021 - 73rd Edition - 6th stage Loriol-sur-Drome - Le Sappey-en-Chartreuse 167.2 km - 04/06/2021 - Alejandro Valverde (ESP - Movistar Team) - photo Dario Belingheri/BettiniPhoto©2021

Uma época à Movistar, com triunfos e polémicas à mistura, o que já vem sendo uma imagem de marca a cada época que passa. Eusébio Unzué terá de aproveitar bem o ano de 2022, pois verá sair no final da temporada a principal figura da equipa.



Os dados

Vitórias: 15 triunfos, a maioria obtidos entre os meses de maio e junho.

Pódios: 66 pódios, 23 deles em provas WorldTour.

Dias de competição da equipa: 235 dias, um calendário muito preenchido, sobretudo em Espanha e Itália.

Idade média do plantel: 28,7 anos, inflacionados por Alejandro Valverde, Imanol Erviti, Dario Cataldo e José Joaquín Rojas.

Mais kms: Davide Villella, com 12 162 km.

Melhor vitória: Triunfo de Miguel Ángel López na etapa 18 da Volta a Espanha. Atacou a solo, a 3 quilómetros do fim, numa etapa de alta montanha com chegada ao Altu d’El Gamoniteiru, após ter saído do grupo dos favoritos, com Roglic e Bernal incluídos.



O mais

O veterano de 41 anos, Alejandro Valverde, continua a ser uma das principais referências da equipa espanhola. Foi o corredor com mais top dez ao longo da época, totalizando 28, e acrescentou três triunfos: Gran Premio Miguel Indurain, etapa seis do Critérium du Dauphiné e etapa três do Giro di Sicília. Andou bem nas clássicas italianas e fez top cinco nas clássicas das Ardenas.

Enric Mas é a “nova” cara da equipa para as Grandes Voltas. O espanhol conseguiu igualar o seu melhor posto numa das três grandes, ao conquistar um segundo lugar na geral da Vuelta, apenas atrás do monstruoso Roglic. Terminou no 6.º lugar do Tour, e no 3.º posto na Volta à Comunidade Valenciana, onde triunfou na etapa três, no Alto de la Reina.

O colombiano Miguel Ángel López também foi uma das figuras da equipa, após ter vencido uma etapa e a geral da Volta a Andalucia, o Mont Ventoux Challenge, 6.º posto na geral do Critérium du Dauphiné, e ainda venceu a etapa 18 da Vuelta, quando estava no 3.º lugar da classificação geral. Ele viria a abandonar a Vuelta de uma forma polémica, causando mal-estar dentro da formação.

Atenção ao nome de Gonzalo Serrano para as próximas épocas. O espanhol fez a sua melhor época de sempre, esteve em evidência nas clássicas espanholas e venceu a primeira etapa da Volta a Andalucia. Chegadas seletivas, com subidas curtas e empinadas é a sua “praia”. Nota ainda para a melhor época de sempre de Antonio Pedrero, com a conquista da La Route d’Occitanie e com um honroso segundo posto na Volta às Astúrias, perdendo para Nairo Quintana.

Os jovens corredores, Einer Rubio, Abner e Jorgenson tiveram um bom ano de desenvolvimento. Rubio esteve, especialmente bem, na Volta às Astúrias (5.º), e na Vuelta a Burgos (7.º), onde até ganhou a classificação da juventude e deu nas vistas na etapa com chegada a Lagunas de Neila, ficando apenas atrás de Hugh Carthy. O porto-riquenho Abner González acabou em 6.º lugar na Volta a Portugal, onde venceu a juventude, e fechou em 5.º na Vuelta a Castilla y León e em 4.º no Circuito de Getxo. Tem apenas 21 anos e é um corredor para todo o tipo de terreno. O estadunidense Jorgenson teve direito a um calendário mais sério, com a disputa de várias provas WorldTour, destaque para o seu oitavo lugar na geral do Paris-Nice.

 

O menos

Não foi a melhor época para Marc Soler. O corredor de 28 anos teve apenas um triunfo, na etapa três do Tour da Romandia, acabando na quarta posição da geral. Abandonou na etapa 12 do Giro e não partiu para a segunda etapa do Tour, após uma grave queda no primeiro dia. Depois disso foi uma miragem até ao final da época.

Esperava-se algo mais do reforço austríaco, Gregor Muhlberger, pois apareceu pouco nas corridas em que esteve presente, e não foram muitas.

Os reforços para o sprint, Gabriel Cullaigh, e Iván Cortina não tiveram uma época fácil. O britânico teve como melhor classificação um quinto lugar no Trofeo Alcudia-Port d’Alcudia, enquanto que o espanhol obteve um quarto posto no Tour. O espanhol está a tardar em dar o salto qualitativo.



 

O mercado

Veio e já foi, o colombiano Ángel López, depois da confusão da Vuelta, está de saída para a Astana. Um retorno a casa. Marc Soler irá reforçar o bloco da UAE-Team Emirates. Dario Cataldo ingressa na Trek-Segafredo. Davide Villella sai para a Cofidis, Juan Alba transfere-se para a Drone Hopper-Androni Giocattoli, enquanto que o espanhol Héctor Carretero junta-se ao projeto da Kern Pharma. De malas aviadas deverá estar ainda o sprinter Gabriel Cullaigh.

Quanto a entradas, juntam-se três ciclistas provenientes da Astana – Premier Tech: Gorka Izaguirre, Óscar Rodríguez e Alex Aranburu. O nome que cria mais expectativas é o de Aranburu, um ciclista que consegue vários top dez ao logo da temporada e que é sempre perigoso em chegadas seletivas. Gorka teve uma época ao lado das suas capacidades, e procura ganhar um novo rumo na sua carreira. Óscar Rodríguez é um reforço de grande qualidade para o bloco da montanha.

Iván Sosa, vem da Ineos Grenadiers, para ajudar também na montanha e, provavelmente, assumir a liderança em algumas provas. Começou bem a época de 2021, com a conquista de uma etapa e da geral do Tour de la Provence, mas acabou a um nível péssimo, com cinco provas não finalizadas. O colombiano já venceu por duas ocasiões a Vuelta a Burgos.

Para o sprint, chega o germânico Max Kanter, vindo da Team DSM. A Movistar não é a melhor equipa para se ver um sprinter a obter desenvolvimento e resultados, falta saber como é que o corredor de 24 anos se vai comportar. Vindo da EF Education, chega o contrarrelogista Will Barta. O jovem de 22 anos, Oier Lazkano, ex-Caja Rural, é uma aposta da equipa. Ele que já ganhou na Volta a Portugal, em 2020. Por último, o brasileiro Vinicius Rangel Costa, que ganhou várias provas do calendário amador espanhol, com conquistas da Volta a Salamanca e Volta a Cantabria.

O que esperar de 2022?

A figura máxima para as Grandes Voltas será Enric Mas. O veterano Alejandro Valverde também pode estar incluído nas contas dos top dez e na luta por algumas etapas, ele irá dar tudo, visto que este será o último ano do “Bala”, como corredor profissional. Iván Sosa, Óscar Rodríguez e Gorka Izaguirre em dias bons podem trazer grandes resultados na montanha. Aranburu e Gonzalo Serrano serão “setas” apontadas nos finais com pequenos topos.

Espera-se que Sergio Samitier, Einer Rubio e Jorgenson deem o salto e que sejam elementos ativos na procura de bons resultados. Não se pode esperar muito nas clássicas da primavera. Os sprints estarão entregues a Max Kanter e Cortina. Nélson Oliveira continua a ser o nome mais importante para os contrarrelógios.



By admin