O início de uma nova era na Trek-Segafredo, pós Alberto Contador. Alguma falta de referências, mas também por causa disso alguns ciclistas aproveitaram e afirmaram-se, numa equipa que se reforçou a pensar nas provas por etapas, sabendo que nas clássicas está bem servida.




Jasper Stuyven tem evoluído paulatinamente e subido na hierarquia do ciclismo mundial. O belga de 26 anos demonstra hoje em dia outra capacidade e maturidade e fez uma grande época, nunca tinha ganho tanto a este nível. Para além disso, Stuyven é tremendamente consistente e uma garantia de resultados, fez top 10 em 8 clássicas do World Tour, incluindo 3 Monumentos. Depois de uma primeira parte da temporada onde só faltaram as vitórias, esses surgiram mais à frente na época, na 4ª etapa do BinckBank Tour, no G.P. Wallonie e no Grote Prijs Jef Scherens. Quando se fala de futuro nas clássicas é inevitável falar de Mads Pedersen, o dinamarquês de 22 anos teve um 2018, de altos e baixos, mas os altos foram bem altos. Vitória de etapa no Herald Sun Tour, no Fyen Rundy, na Volta a Dinamarca e no Tour de l’Eurometropole e ainda foi 5º na Dwars door Vlaanderen e 2º no Tour des Flandres.

Houve ainda mais jovens a confirmar o seu potencial, Ruben Guerreiro foi 9º no Tour Down Under, 4º no Herald Sun Tour, 2º na última etapa da Volta ao Algarve, 5º na Bretagne Classic e 6º na Volta a Turquia, provando que tem mais que nível para o World Tour. O peculiar Toms Skujins ganhou a Tre Valli Varesine, o Trofeo Lloseta e 1 etapa na Volta a California, alguém muito completo, muito combativo e que tem uma noção táctica como poucos têm. E mesmo Giacomo Nizzolo, ainda não está ao seu melhor nível, mas debelou grande parte dos problemas físicos que o apoquentaram em 2017 e registou um total de 12 pódios.




Faltou à Trek-Segafredo alguém que estivesse com os melhores nas provas por etapas com alta montanha. Bauke Mollema bem tentou, mas após atrasar-se cedo nas Grandes Voltas falhou o objectivo de conquistar etapas e voltou a provar que está longe de ser o melhor a ler a corrida. Jarlinson Pantano esteve longe, muito longe do que fez em 2017, e não fosse o triunfo de etapa na Volta a Catalunha, a temporada teria sido mesmo um desastre para o colombiano. John Degenkolb esteve relativamente bem, com o triunfo no Tour a ser o grande destaque e os contra-relogistas da equipa, Ryan Mullen e Mathias Brandle andaram menos bem a época quase toda e o último acaba mesmo por estar de saída

A Trek-Segafredo identificou as falhas que já referimos e aposta tudo em Richie Porte, um ciclista com um historial tremendo nas provas de 1 semana. O caso de Ivan Sosa ainda não está fechado, mas fala-se que a Trek perdeu esta batalha para a Team Sky, para o concurso do jovem colombiano. Giulio Ciccone é um puro trepador que terá certamente muita liberdade e para suprir a saída de Giacomo Nizzolo foi contratado o jovem Matteo Moschetti, que já há muito vinha a ser seguido. Saem alguns bons roladores como Brandle ou Gregory Rast e entram Will Clarke e Alex Kirsch, 2 autênticos “tanques”. Edward Theuns é outro regresso importante e um nome a observar para as clássicas. Com a saída de Ruben Guerreiro a equipa para as clássicas das Ardenas fica ainda mais frágil.




Com Jasper Stuyven, John Degenkolb, Mads Pedersen, Edward Theuns e Alex Kirsch, a Trek tem um lote de ciclistas fortíssimos para as clássicas e terá de fazer bom uso dele, até porque o grupo da montanha parece ainda frágil e Matteo Moschetti precisará ainda de mais 1 ou 2 anos para se impor verdadeiramente nos sprints a nível mundial.




 

 

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