Chegou a hora da melhor ProTeam do ano! Escudados por um fantástico Mathieu van der Poel, a formação holandesa realizou um ano fantástico, com vitórias no World Tour, incluindo um Monumento. Estes resultados valeram uma excelente notícia para 2021.
Os dados
Vitórias: 16 triunfos incluindo 5 deles no World Tour, as mais importantes por Mathieu van der Poel. Também 3 campeonatos nacionais de estrada: Bélgica, Holanda e Alemanha.
Pódios: 37 pódios ao todo, mais pódios que muitas equipas World Tour
Dias de competição: Apenas 93 dias de competição, o que ainda mostra bem o excelente ano que a formação teve em termos de aproveitamento.
Idade média do plantel: 27 anos, um plantel com uma boa mistura entre juventude e veterania.
Mais kms: Dries de Bondt com 6622, como a equipa não participou em Grandes Voltas este número é reduzido
Melhor vitória: Sem dúvida o triunfo de Mathieu van der Poel no Tour des Flandres, depois de um duelo titânico com Wout van Aert. O primeiro Monumento da equipa.
O mais
Temos de falar do incontornável Mathieu van der Poel, um dos melhores ciclistas do ano. O holandês demorou a carburar após a paragem da pandemia, não esteve em grande destaque nas primeiras provas e a primeira exibição digna do seu perfil foi no BinckBank Tour (atacou de longe na última etapa e venceu-a bem como a geral) e a partir daí arrancou para uma fenomenal parte final de temporada. 6º na Liege-Bastogne-Liege, 2º na Brabantse Pijl, 9º na Gent-Wevelgem e vitória no Tour des Flandres, vencendo assim um dos 4 Monumentos disputados este ano.
Gianni Vermeeesch esteve muito bem o ano todo, mais um corredor vindo do ciclo-crosse. Foi 8º na Le Samyn, 13º na Bretagne Classic, 3º na Dwars door het Hageland, ganhou a Antwerp Port Epic e foi 4º no Tour of Antalya. Tim Merlier provou porque é a aposta em sprints puros em detrimento de Mathieu van der Poel, ganhou na Brussels Cycling Classic, foi 4º na Scheldeprijs e até ganhou no Tirreno-Adriatico, é sempre um nome a ter em conta em finais ao sprint. Alexander Krieger e Jonas Rickaert também estiveram a bom nível.
O menos
Com um calendário reduzido nem todos os ciclistas tiveram oportunidade de mostrar serviço, até porque muitas vezes Mathieu van der Poel ofuscou os restantes. Floris de Tier chegou com alguns anos de experiência no World Tour, até teve algumas chances, mas acabou por não mostrar bons resultados. Sacha Modolo só somou 1 pódio em 2020, precisamente na Volta ao Algarve, o italiano começa a perder estatuto e aos 33 anos parece já na fase descendente da carreira, 2021 será importante para ele. Jimmy Janssens vinha de uma temporada espectacular e acabou por não fazer nenhum top 10 em 2020 e Kristian Sbaragli foi muito inconstante, o italiano claramente parece estar a deixar definitivamente os sprints.
O mercado
É sempre muito complicado avaliar esta parte na Alpecin-Fenix, a equipa tem uma comunicação bastante escassa e costuma apresentar o seu plantel de uma vez no final do ano. Ou seja, sabemos as entradas, mas as renovações ainda são uma incógnita. Ainda assim, boa parte do plantel deve manter-se, nomes como Roy Jans, Jimmy Janssens, Floris de Tier ou Alexander Krieger, que ainda nem estão confirmados. A única saída oficializada é a de Lasse Norman Hansen para a Qhubeka-Assos, um corredor que nem era uma peça fundamental neste puzzle.
Em relação às entradas, existem reforços muito importantes, nomeadamente Jasper Philipsen. Proveniente da UAE Team Emirates, belga, jovem, e com algumas vitórias no World Tour, tem tudo para dar muito certo numa equipa para nem ataca as Grandes Voltas. Silvan Dillier tem bastante pedigree nas clássicas e pode ser uma ajuda fundamental para Mathieu van der Poel, sendo alguém que gosta de atacar de longe também, pode servir para resguardar melhor o holandês para a parte final da corrida. Xandro Meurisse é outra boa contratação, alguém que está há várias épocas em destaque no circuito europeu. Edward Planckaert é outro ciclista rápido, enquanto Lionel Taminiaux procura recuperar as sensações de 2019. Tobias Bayer completa o sexteto de reforços.
O que esperar em 2021?
A equipa terá um plantel vasto e recheado de opções para as clássicas, semi-clássicas e certas provas por etapas, estará à espera de um calendário que lhe permita colocar na estrada isso mesmo. É um alinhamento focado em Mathieu van der Poel, mas o holandês gosta de ser ele a decidir a corrida, estando muitas vezes sozinho nos últimos 50 quilómetros, a presença de Silvan Dillier permite à equipa lançar alguém ainda mais cedo na frente e a inclusão de Jasper Philipsen permite-lhes resguardar um ciclista rápido em grupos maiores, dando mais tranquilidade ao holandês. Merlier e Philipsen serão os sprinters principais, Krieger é um bom finalizador em grupos reduzidos, enquanto ciclistas como Floris de Tier, Petr Vakoc ou Xandro Meurisse devem tomar as rédeas quando o terreno inclinar, sempre na média montanha. É uma equipa desenhada para estar a competir a bom nível em 2 frentes, dos plantéis mais interessantes a nível Profissional Continental. A equipa holandesa foi a melhor ProTeam de 2020 pelo que, no próximo ano, será uma formação World Tour “camuflada”, uma vez que terá convite para todas as provas do escalão máximo do ciclismo mundial, incluindo o Tour de France.