A formação da CCC, liderada por Jim Ochowicz, abandona o ciclismo, por perda do seu principal patrocinador, muito derivado à crise instaurada pela pandemia. A equipa Circus-Wanty Gobert comprou a licença da equipa polaca, e vai juntar-se ao WorldTour em 2021.



 

Os dados

Vitórias: 9 triunfos, dois deles em campeonatos nacionais

Pódios: 30 pódios, dos quais seis foram no WorldTour

Dias de competição: 160 dias de competição, maioritariamente, em corridas europeias

Idade média do plantel: 29,8 anos, com doze ciclistas acima dos 30 anos. É um dos plantéis mais veteranos do pelotão.

Mais kms: Jan Hirt, com 9303 km nas pernas, em 56 dias de competição.

Melhor vitória: Triunfo de Josef Cerny na etapa 19 da Volta a Itália, através de uma fuga bem-sucedida.



O mais

O checo Josef Cerny foi uma boa surpresa na presente temporada. Foi campeão nacional de contrarrelógio do seu país, conquistou um triunfo na mesma especialidade no Tour Poitou-Charentes en Nouvelle Aquitaine (prova 2.1), e venceu no Giro de Itália, atingindo o sucesso através de uma fuga. Sendo assim, o protagonista da única vitória no WorldTour da equipa.

O alemão Simon Geschke foi uma das figuras da CCC. No início da época, alcançou um 3.º lugar na geral do Santos Tour Down Under, e um 6.º lugar na geral da Volta ao Algarve. Provas de uma semana, com uma etapa com final mais durinho é o ideal para ele. Fechou em 5.º lugar na clássica de Gran Piemonte, e na 10.ª posição da Flèche Wallonne. No Tour, o ciclista de 34 anos ainda andou escapado por diversas ocasiões, conseguindo fechar duas vezes no top dez. O americano Will Barta andou bem nos contrarrelógios desta temporada. O seu segundo lugar no esforço individual da Vuelta foi prova disso mesmo. Barta ficou em segundo lugar, no alto do Mirador de Ézaro, apenas a 1 segundo de Roglic.

Ainda assistimos a algumas boas prestações de Kamil Malecki e de Attila Valter ao longo da temporada, com o segundo a vencer uma etapa e a geral da Volta à Hungria.



O menos

Esperava-se mais dos principais nomes da CCC, Trentin e Avermaet, sendo que ambos saíram sem qualquer vitória nesta época. Ainda assim, o italiano Trentin fechou 13 vezes no top dez e duas no pódio, ao longo da temporada. O belga Avermaet terminou 9 vezes no top dez em etapas e quatro no pódio. Os dois ciclistas vinham a ganhar, em todas as temporadas, ininterruptamente, desde 2013! Estamos a falar do campeão Olímpico e de um ex-campeão da Europa.

A época de Patrick Bevin foi muito abaixo da prestação do ano transato. O melhor resultado foi um sétimo lugar no contrarrelógio da Volta ao Algarve. Jan Hirt foi um reforço, vindo da Astana, que mal se fez notar. Jakub Mareczko era a principal carta para os sprints da equipa, ficando-se pelas três vitórias no Tour da Hungria (2.1), competição que dominou. Sendo a principal referência de uma equipa para as chegadas mais rápidas, pede-se mais consistência de resultados, principalmente em provas WorldTour.

 

O mercado

Os ciclistas foram forçados a arranjar novos contratos, e muitas foram as equipas que quiseram aproveitar a debandada da CCC: Van Avermaet, Michael Schar e Van Hoecke (AG2R Citroen Team), Matteo Trentin (UAE-Team Emirates), Ilnur Zakarin e Pavel Kochetkov (Gazprom-Rusvelo), Simon Geschke e Szymon Sajnok (Cofidis), Jakub Mareczko e Kamil Gradek (Vini Zabù-KTM), Alessandro De Marchi e Patrick Bevin (Israel Start-Up Nation), Jan Hirt, Jonas Koch e Zimmermann (Intermarché Wanty Gobert), Victor De la Parte (Team Total Direct Energie), Joey Rosskopf (Rally Cycling), Lukasz Wisniowski (Team Qhubeka Assos), Josef Cerny e Fausto Masnada (Deceuninck-QuickStep), Van Hooydonck (Jumbo-Visma), Will Barta (EF Pro Cycling), Attila Valter (Groupama-FDJ), Kamil Malecki (Lotto Soudal). Serge Pauwels irá abandonar o ciclismo no final do ano, após dez temporadas a competir ao mais alto nível.



Depois da junção entre BMC e CCC, em 2019, no total foram 15 vitórias, nos dois anos decorridos. A pandemia afetou todos os ramos a nível mundial, sendo que o ciclismo não foi exceção. Houve cortes salariais nas equipas, e a falta de provas levou a pouca visibilidade dos patrocinadores. Havia mais um ano de contrato, mas as condições financeiras não permitiram a continuidade de uma equipa que já deixou a sua marca no ciclismo.

 

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