Muitas estrelas, algumas em sub-rendimento e a falta de uma segunda linha forte, coesa e consistente marcou uma temporada relativamente fraca da UAE Team Emirates, principalmente se compararmos o enorme orçamento face aos parcos resultados.




A UAE Team Emirates partia para 2018 com 4/5 líderes. Bom, todos eles tiveram temporadas piores que em 2017. Ainda assim, Alexander Kristoff foi aquele que mais ganhou, aquele que foi mais consistente, e aquele que mais pontos somou. Os triunfos no Tour of Oman e no Abu Dhabi Tour, a par do 4º posto na Milano-Sanremo retiraram alguma pressão, mas o que é certo é que o norueguês falhou nas clássicas do empedrado. Voltou em grande conquistando a Eschborn-Frankfurt e salvou o Tour ao ganhar nos Campos Elíseos, acusando o desgaste na parte final de temporada.

Daniel Martin não esteve propriamente mal, mas também não foi brilhante, foi acima de tudo, inconsistente. Só carburou realmente a partir de Junho, sendo 4º no Criterium du Dauphine e depois terminou em 8º no Tour, ganhando no Mur de Bretagne. Depois eclipsou-se de novo, entretanto foi pai e o foco perdeu-se um pouco. Rui Costa teve talvez a sua pior temporada desde 2010, não ganhou, tal como em 2016, mas também não recordamos uma época como esta em termos de lesões por parte do português. A condição física não chegou a tempo das clássicas, sendo logo a seguir 5º no Tour de Romandie, foi obrigado a falhar o Tour, mas apareceu no final de ano com um 6º lugar no G.P. Montreal e o 10º posto nos Mundiais. Um dos poucos que melhorou face a 2017 foi Simone Consonni.




Quem andou mal para os seus pergaminhos foi Fabio Aru, não houve nenhuma prova onde tivesse impressionado, e não só termina 2018 sem vitórias, como nem sequer esteve 1 vez no pódio, isto aos 28 anos e numa fase decisiva da carreira.  Diego Ulissi também esteve muito pior face a 2017, até começou bem o ano, mal se viu no Giro, apareceu de repente na Volta a Suiça, onde ganhou 1 etapa e foi 9º na geral e até terminou relativamente bem com o 4º lugar na Volta a Turquia.

Bom, esta foi das equipas que mais se mexeu no mercado e percebe-se porquê, algo está mal. Até na estrutura houve entradas, com algum staff que pertencia à BMC e à Mitchelton-Scott. Quanto aos ciclistas, só 1 grande líder foi contratado, com a UAE Team Emirates a “roubar” Fernando Gaviria à Quick-Step Floors, numa das novelas do mercado. O sprinter colombiano terá de se adaptar, pois o comboio aqui não será tão forte e irá dividir responsabilidade no sprint com Alexander Kristoff. Juan Sebastian Molano poderá ser o seu homem de confiança, enquanto que os compatriotas Sergio Henao e Cristian Munoz são reforços para provas com dificuldades montanhosas.




No entanto, a juventude predomina nas contratações da UAE Team Emirates, com os gémeos Rui e Ivo Oliveira a darem o salto para o World Tour, numa equipa onde lhes será possível manter um programa paralelo com a pista, com vista nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Jasper Philipsen era desejado por muitas equipas, um ciclista rápido e possante, Tom Bohli é um bom contrarrelogista e Tadej Pogacar é um fenómeno desta geração de sub-23, que brilhou de forma intensa na Volta a França do Futuro. Saíram alguns ciclistas que estavam claramente em sub-rendimento, mas ainda assim parece-nos que há demasiada juventude neste plantel e que pode faltar alguma estrutura e alguma consistência na globalidade deste elenco. Olhando para o plantel de 2019, cerca de metade dos ciclistas têm 25 anos ou menos.




 

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