Os ciclistas liderados por Jonathan Vaughters não tiveram a época mais fácil em termos de resultados. No entanto, houve várias surpresas agradáveis dentro da formação americana.

 



Os dados

Vitórias: 16 triunfos, com o dinamarquês Magnus Cort a ser o mais vitorioso

Pódios: 45 pódios, com o mês de junho a ser o mais forte da equipa

Dias de competição da equipa: 192 dias de competição, num calendário muito competitivo, com corridas em quatro continentes

Idade média do plantel: 29, 1 anos. São onze os ciclistas acima dos 30 anos.

Mais km: Magnus Cort, com 12 246 km percorridos

Melhor vitória: O triunfo de Magnus Cort na 6.ª etapa da Vuelta! Fez um esforço heróico na subida final, sendo o último resistente da fuga do dia, quase alcançado pelo grupo dos favoritos, ainda teve forças para aguentar-se na frente. Atrás de si vinha um endiabrado Primoz Roglic, que não conseguiu ultrapassar o dinamarquês por pouco.



O mais

O dinamarquês Magnus Cort foi um dos ciclistas do ano da EF Education-Nippo, com cinco triunfos, três deles na Vuelta, um na La Route d’Occitanie e outro no Paris-Nice. Foi mesmo o seu ano com mais triunfos, desde que é corredor profissional. Mostrou-se capaz de vencer em diferentes tipos de terreno e apresentou-se como uma “arma letal” em grupos seletivos.

Stefan Bissegger foi um nome que se afirmou em 2021. Conquistou a vitória por três ocasiões: contrarrelógio no Paris-Nice, etapa 4 do Tour da Suiça e contrarrelógio no Benelux Tour. Acabou ainda várias vezes em segundo lugar em provas de esforço individual, e demonstrou a sua capacidade de se manter constante ao longo do ano. No campeonato do mundo de contrarrelógio acabou em 7.º lugar, e no Europeu fechou no 4.º posto. O suiço tem apenas 23 anos e é um dos melhores contrarrelogistas da atualidade.

Hugh Carthy ganhou uma etapa da Volta a Burgos, na subida a Lagunas de Neila. Quanto a classificações gerais, acabou por concluir: em 8.º na Volta a Catalunha, 5.º no Tour dos Alpes e em 8.º no Giro de Itália. É verdade que teve de desistir na Vuelta, mas mesmo assim fez uma temporada regular, mas longe do 3.º posto alcançado na Vuelta em 2020.

Michael Valgren também conseguiu voltar às vitórias, com dois triunfos em clássicas italianas, Giro della Toscana e Coppa Sabatini. Sempre bom ver o dinamarquês a andar como ele sabe, principalmente, nas clássicas. Neilson Powless destacou-se sobretudo pela sua combatividade e entrega. Obteve um triunfo na Donostia San Sebastian Klasikoa, em Espanha, batendo um grupo de qualidade ao sprint. Foi o seu primeiro da carreira. Numa das oportunidades de se assumir como líder, fechou em quinto lugar, no UAE Tour.

O menos

O líder Rigoberto Urán esteve um pouco aquém das expectativas. O colombiano de 34 anos teve uma vitória durante toda a temporada, no contrarrelógio da Volta à Suiça, acabando no segundo lugar da geral. No Tour, o grande objetivo do ano, ainda andou em segundo lugar, mas caiu para o 10.º posto na última semana. Costuma ser um corredor muito constante, mas mal se dá por ele durante as provas.

Tejay Van Garderen obteve uma das piores épocas de sempre quanto a resultados. O corredor acabou por abandonar o ciclismo profissional em junho, depois dos campeonatos nacionais do seu país. Jonathan Caicedo e Will Barta também estiveram abaixo da média.

 



O mercado

Saiem da equipa vários nomes, Will Barta ruma à Movistar, Sergio Higuita para a Bora-Hansgrohe, Lawson Craddock muda-se para a Team BikeExchange Jayco, enquanto que Tejay Van Garderen, Moreno Hofland, Fumiyuki Beppu e Mitchell Docker abandonam a modalidade.

As contratações mais sonantes são as de: Esteban Chaves, Christian Eiking e Merhawi Kudus. O colombiano tem um bom historial, e este ano voltámos a tê-lo quase ao nível dos seus melhores anos. Fez 6.º lugar na Volta a Catalunha, venceu a etapa com chegada a Port Ainé, e levou as camisolas dos pontos e da montanha. Acabou no 9.º posto da Volta ao País Basco, fechou em 10.º na Volta à Suiça e acabou num prestigiado 8.º lugar na Flèche Wallonne. Eiking realizou uma boa época dentro da sua equipa, com o facto especial de ter andado por vários dias de vermelho na Vuelta. Merhawi Kudus é um reforço bom para a montanha.

Owain Doull, vindo da Ineos Grenadiers, e Lukasz Wisniowski, ex-Qhubeka NextHash, reforçam o setor das clássicas belgas. James Shaw destacou-se com as suas prestações pela equipa continental Ribble Weldtite Pro Cycling. Fechou em 5.º lugar no Tour da Eslovénia e no Tour da Noruega, provas que tinham a presença de várias equipas WT. As subidas curtas e inclinadas são o seu terreno predileto, portanto deverá focar-se nas clássicas das Ardenas e em provas com esse tipo de orografia no próximo ano.

Quanto a jovens promessas, a equipa também reforçou-se bem. O neerlandês, Marijn van den Berg, de 22 anos, e vencedor da camisola dos pontos e de 2 etapas no Tour de l´Avenir é exemplo disso. Obteve ainda mais umas quantas vitórias, em provas de categoria .2 e da nations cup. O alemão Georg Steinhauser, vem do circuito continental, para a sua primeira época no WorldTour. O jovem de 20 anos obteve vários resultados interessantes em provas de sub-23 e da nations cup, com destaque para o terceiro lugar no Il Piccolo Lombardia, equivalente ao Giro da Lombardia para sub-23. De salientar ainda, o seu nono lugar da geral no Tour de l´Ain, com a presença de várias equipas do escalão máximo.

O jovem irlandês Ben Healy, de 21 anos, ingressa na equipa para fazer a sua estreia no WorldTour, ele que anda bem na média montanha. Este ano venceu uma etapa no Baby Giro. O último dos jovens, mas não menos importante, Sean Quinn, vem da Axeon para o bloco da Education First. Um jovem americano que tem como preferência o terreno montanhoso. Ele que até se dá bem em Portugal, visto que este ano venceu no seu primeiro dia de competição, a Clássica da Arrábida e, uma semana mais tarde, arrebatou a camisola da juventude da Volta ao Algarve.

O que esperar de 2022?

Hugh Carthy e Urán deverão manter-se como líderes para as provas mais importantes. Esteban Chaves poderá ter uma palavra a dizer nas provas de três semanas e terá oportunidades em provas por etapas. Simon Carr e Ruben Guerreiro serão armas importantes para as provas de uma semana e clássicas italianas. Stefan Bissegger e Alberto Bettiol serão os homens mais cotados para obter bons resultados no contrarrelógio. O italiano, inclusive, é um corredor perigoso em qualquer tipo de percurso, e pode sempre surpreender num dia bom.

Neilson Powless, Kudus e Eiking serão gregários importantes para os homens da geral e para a média e alta montanha. Magnus Cort será o ciclista mais rápido dentro da formação e terá um lugar muito importante. Em 2022, serão muitos os jovens a poder despontar, devido à grande diversidade de talentos disponíveis. Apesar da equipa ter feito um bom investimento para as clássicas da primavera, continuam a ter um bloco relativamente fraco em comparação com outras equipas.

 



 

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