A formação cazaque teve uma época manifestamente fraca, claramente abaixo das expectativas. Para além de nos anos anteriores ter estado nas ou perto das 5 melhores equipas do Mundo, este ano ficou fora das 10 mais, quer seja em termos de rendimento global ou pontos. A nota mais negativa foi mesmo a falta de triunfos, de uma equipa habitualmente muito perigosa, foram 13 as vitórias, mas apenas 2 no World Tour.

 

Os dados

Vitórias: 13 triunfos, apenas 2 no World Tour e 7 títulos nacionais.

Pódios: 58 pódios, um número dentro do normal, faltaram foi as vitórias pois a equipa bateu muitas vezes no poste, faltando-lhe uma pontinha de sorte por vezes necessária.



Dias de competição da equipa: 234 dias de competição, um calendário praticamente europeu, longe das tradicionais visitas ao continente asiático.

Idade média do plantel: 28,1 anos, um plantel que misturou muita juventude com muita veterania.

Mais kms: como tem vindo a ser hábito, o veterano Luis Leon Sanchez fartou-se de pedalar, perfazendo um total de 13 357 kms.

Melhor vitória: O triunfo de Alexey Lutsenko no contra-relógio do Dauphiné, não só pela vitória em si mas pela forma surpreendente como o conseguiu.

 

O mais

Parecia que Alexey Lutsenko estava a passar completamente ao lado de uma época importante a nível pessoal, até que chegou o Dauphine. Aí o cazaque ganhou o contra-relógio e fez 2º à geral, que o impulsionou para assinar um surpreendente 7º posto no Tour, claramente o seu melhor resultado de sempre nas Grandes Voltas. Ainda acabou o ano a vencer uma semi-clássica transalpina.



Os jovens italianos Samuele Battistella e Matteo Sobrero surpreenderam, em algumas da temporada diferentes. Sobrero deslumbrou no mês de Junho, enquanto Battistella esteve em destaque na Arctic Race e nas clássicas italianas a partir de Agosto. Vlasov teve uma temporada dentro da média e Ion Izagirre foi o melhor dos espanhóis, mesmo não ganhando para além dos Nacionais. Nas provas de 1 semana esteve a um excelente nível, 3º no Paris Nice, 10º na Volta ao País Basco, 7º no Tour de Romandie e 7º no Dauphine.

 

O menos

A grande desilusão do ano foi sem dúvida Jakob Fuglsang, principalmente depois do que conseguiu fazer em 2020. O dinamarquês falhou completamente nas clássicas e depois de até aparecer na Volta a Suíça teve um Tour para esquecer, nunca foi uma verdadeira ameaça para a concorrência. Resultado disso é a saída para a Israel Start Up Nation, que lhe ofereceu um contrato de 3 temporadas mesmo aos 36 anos.

O contingente espanhol, habitualmente matador, esteve bastante apagado em 2021, nomeadamente Gorka Izagirre e Omar Fraile. Izagirre não logrou qualquer pódio durante o ano, mas sentiu-se falta foi do espírito ofensivo do basco, quanto a Fraile, ainda foi campeão nacional, fez mais um pódio, e o que dissemos sobre Gorka Izagirre aplica-se.

 

O mercado

Depois de uma época que não correu como planeado e de um defeso onde até houve alguma incerteza a Astana tenta voltar à base, com o regresso de algumas glórias do passado. Vincenzo Nibali vem já numa fase final da carreira e Miguel Angel Lopez procura uma casa diferente da Movistar, da qual se divorciou após alguns episódios polémicos.



As saídas são muitas e importantes, incluindo Aleksandr Vlasov, substituído por Lopez, e os 6 espanhóis, muitos deles já há muito na equipa (Luis Leon Sanchez, Ion Izagirre, Gorka Izagirre, Alex Aranburu, Oscar Rodriguez e Omar Fraile), um sexteto que deu muitas alegrias noutros anos. Fuglsang está de saída também bem como outros gregários, sendo exemplos Kudus, Houle, Stalnov, Sobrero, Perry, Gregaard, Contreras ou Piccolo. Ao todo são 16 as saídas, é talvez a equipa World Tour que sofre a maior revolução.

Passa de uma Astana predominantemente espanhola para uma Astana muito italiana, com as entradas de Michele Gazzoli, Antonio Nibali, Leonardo Basso, Gianni Moscon, Simone Velasco e Valerio Conti, o objectivo é criar 2 blocos sólidos para as Grandes Voltas, à volta de Nibali e Lopez. Também foram recrutados David de la Cruz, Joe Dombrowski, Aleksandr Riabushenko, Sebastian Henao e até Andrey Zeits está de volta.

 

O que esperar em 2022?

A Astana será uma das grandes incógnitas para 2022, principalmente porque mudou metade da equipa, incluindo 2 líderes e a maioria dos gregários mais importantes. Parece-nos que será uma formação mais ponderada e menos ofensiva, com mais foco nas classificações gerais e menos em etapas com ataques já na parte final das mesmas, muito graças à saída do forte contingente espanhol.



O rendimento de Nibali poderá já não ser como há alguns anos, mas Lopez continua bastante forte na montanha e com debilidades no contra-relógio. O bloco de ajuda nas Grandes Voltas tem ciclistas experientes e de qualidade, mas falta opções em vários campos, não há um grande sprinter, não há grande ajuda para Lutsenko nas clássicas. Prevemos uma temporada, em termos de ranking, às portas do top 10.

By admin